ANA MARIA CAMPOS e ISA STACCIARINI
Um esquema de fraude no Banco do Brasil entrou na mira da Polícia Civil do DF. Na manhã desta quinta-feira (09/05). Policiais da Divisão de Repressão à Corrupção e aos Crimes contra a Administração Pública (Dicap) cumprem 17 mandados de prisão temporária — pelo prazo de cinco dias — e 28 de busca e apreensão na Operação Crédito Viciado.
O objetivo é combater uma organização criminosa voltada para prática de peculato contra o Banco do Brasil e lavagem de dinheiro. Os alvos da operação são funcionários do Banco do Brasil e empresários de empresas de cobrança de dívidas.
A Dicap integra a Coordenação Especial de Repressão à Corrupção, ao Crime Organizado e aos Crimes contra a Administração Pública e contra a Ordem Tributária (CECOR).
Durante a investigação, foram identificados os responsáveis pelo desvio R$ 15.758.738,49, tendo sido expedida a determinação do bloqueio desses valores.
Os mandados foram cumpridos no Distrito Federal, Goiás, São Paulo, Minas Gerais, Pernambuco, Paraná, Santa Catarina, Mato Grosso e Rio de Janeiro.
As investigações começaram em janeiro de 2019, em virtude de ameaças sofridas por executivos da instituição financeira, motivadas pela decisão estratégica do Banco do Brasil de não renovar contratos com 117 empresas de cobrança de dívidas para que o serviço de recuperação de créditos passasse a ser feito pela empresa BB Tecnologia e Serviços – BBTS.
Segundo a PCDF, funcionários do Banco do Brasil aproveitavam um erro técnico para realizar o pagamento das comissões de forma manual e, assim, repassavam mais dinheiro do que o devido às empresas de cobrança. Em contrapartida, esses funcionários recebiam vantagens financeiras a título de propina.
Entre 2017 e 2018, segundo a investigação, o grupo investigado desvio R$ 26 milhões.
Os envolvidos são investigados pelos crimes de Organização Criminosa com aumento de pena em virtude da participação de funcionário público (Art. 2º, § 4º, Inciso II da Lei 12.850/2013), peculato (Art. 312 do CP) e de Lavagem de Dinheiro (Art. 1º, da Lei nº 9.613/98).
Os nomes dos investigados não serão divulgados em razão de terem sido alvos de prisões temporárias, destinadas à investigação ainda em andamento.
A deflagração da operação contou com apoio operacional das Polícias Civis de Goiás, São Paulo, Minas Gerais, Pernambuco, Paraná, Santa Catarina, Mato Grosso e Rio de Janeiro (Departamento Geral de Combate à Corrupção).
Segundo a PCDF, o Banco do Brasil prestou todo o apoio necessário às investigações.