Coluna publicada neste domingo (17/11) por Ana Maria Campos e Pablo Giovanni — A Polícia Federal já extraiu os dados do celular de Francisco Wanderley Luiz, 59 anos, o homem-bomba que cometeu um atentado no Supremo Tribunal Federal (STF) na última semana. Uma fonte envolvida nas investigações explicou que o aparelho, encontrado no trailer alugado por Francisco, estava bloqueado por senha, mas a extração dos dados foi possível com o uso de um software. As informações encontradas no dispositivo já estão sendo analisadas para verificar se Francisco agiu sozinho ou com auxílio de terceiros e são tratadas como sigilosas pelos investigadores. A PF também vai solicitar ao ministro Alexandre de Moraes a quebra dos sigilos fiscal, bancário e telemático do acusado.
Além disso, os policiais federais ouviram a ex-companheira de Francisco, Daiane Dias, 41 anos. Em depoimento, ela afirmou que a intenção do homem-bomba era assassinar o ministro Alexandre de Moraes. A coluna apurou que o celular dela também foi apreendido, uma vez que os dois trocaram mensagens dias antes do ataque. Em março de 2021, Daiana e Franscisco foram parar na delegacia, após ele acusar a ex-companheira de furtar 48 peças de roupa, uma caixa de som, um capacete e R$ 73 em espécie. Na ocasião, ela alegou que cometeu o furto porque os dois trabalhavam juntos e Francisco não pagava seu salário.
Nova reitoria
O presidente Lula deve nomear a nova reitoria da Universidade de Brasília (UnB), nesta sexta-feira. Com quase o dobro de votos em relação à chapa adversária, Rozana Naves foi eleita reitora em setembro. A coluna apurou que a documentação para a nomeação já foi analisada pelo Ministério da Educação e se encontra na Casa Civil, aguardando a assinatura do presidente. O mandato da atual reitora, Márcia Abrahão, cncerra-se no dia anterior, quinta-feira.
Maestro Cohen no Azerbaijão
O Maestro Cláudio Cohen atuou como regente convidado do Governo do Azerbaijão junto à Orquestra Estatal em Baku, nomeada Uzeyir Hajibeyil, dentro dos eventos culturais programados para a COP29. No programa, obras dos compositores brasileiros Antônio Carlos Gomes e Heitor Villa-Lobos. O evento organizado pelo Governo do Azerbaijão foi realizado no State Academic Philharmonic Hall, tradicional sala de concertos construída em 1910.
Violência não acabou
O sentimento entre investigadores dos atos antidemocráticos e terroristas na Praça dos Três Poderes é de que o conflito não acabou. Pelo contrário, está sendo gestado em vários cantos, nos bastidores.
Experiência
A vice-governadora Celina Leão (PP) já deu várias demonstrações de que está madura para governar e enfrentar desafios. Em todas as crises desse mandato de Ibaneis Rocha, ela estava em exercício e se saiu bem.
Técnico
Um técnico, no estilo Tarcísio de Freitas, pode ser o vice de Celina Leão na disputa ao Palácio do Buriti.
Tudo on-line
A votação para a eleição da presidência e direção da OAB-DF será on-line e poderá ser feita por qualquer computador, smartphone ou tablet com acesso à internet, no site www.eleicoesoabdf.org.br
Nada como a poesia
O presidente Lula recebeu do garoto João Pedro Soares Prudente um quadro com um poema de autoria do desembargador aposentado Souza Prudente, do Tribunal Regional Federal (TRF) da 1ª Região. A poesia intitulada O Grito dizia: “O Presidente Lula; não é atleta; nem mito. Ele é apenas um ser ressuscitado; que comanda o GRITO; das presentes e futuras gerações; nos ecossistemas da Terra e do Infinito”. O presente chegou às mãos de Lula na última semana.
A pergunta que não quer calar
A vitória de Donald Trump favorece o ex-presidente Jair Bolsonaro ou potencializa o extremismo no Brasil?
Mandou bem
A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) vai criar uma unidade contra ações extremas, a Divisão Antiterrorismo (DAT), para atuar em parceria com a Polícia Federal (PF), que é a responsável por inquéritos dessa natureza. A medida é um esforço do Governo do Distrito Federal (GDF) para conter movimentos como o 8 de janeiro e o atentado do homem-bomba.
Mandou mal
O extremismo está vivo no Brasil com frequentes manifestações de radicais dispostos a matar e morrer em uma linha que cresceu nos últimos anos no país, devido à polarização ideológica, à idolatria a alguns políticos e à rejeição à atuação dos ministros do Supremo Tribunal Federal para tentar preservar a democracia.
Enquanto isso..
Na sala de Justiça
O promotor de Justiça Antônio Suxberger não foi nomeado pelo presidente Lula para a vaga de procurador-geral de Justiça do DF no biênio 2024-2026. Com votação expressiva, ele perdeu a vaga para o atual chefe do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT), Georges Seigneur, que foi reconduzido do cargo. Natural que fosse Seigneur o escolhido por Lula, já que desempenhou uma função sem máculas e com bons resultados. Vetá-lo seria como classificar negativamente uma boa administração. Mas Suxberger ficou no radar. No futuro, se quiser repetir a dose e concorrer, terá boas chances de chegar ao posto mais alto do MPDFT.
À Queima-Roupa
SECRETÁRIO-EXECUTIVO DA SSP-DF, ALEXANDRE PATURY:
Quais medidas imediatas estão sendo adotadas pelas forças de segurança do DF após o atentado na Praça dos Três Poderes?
Sugerimos o restabelecimento dos gradis para segurança de perímetro no STF, o que foi acatado pela equipe de segurança do Supremo. Reforçamos ainda mais o policiamento, tanto da polícia ostensiva quanto da judiciária, deixando claro que a Polícia Militar e a Polícia Civil já fazem um excelente trabalho na capital da República. Entretanto, face à magnitude do caso, ambas estão em alerta extraordinário para prevenção e pronto atendimento. As inteligências da Secretaria de Segurança Pública e das Forças vinculadas estão em contato permanente, em sistema de colaboração e compartilhamento de informações de forma ininterrupta. A Polícia Federal, que já tem assento no Centro Integrado de Operações de Brasília (CIOB), teve o convite renovado para ocupar a cadeira de forma permanente e integrada no prédio da SSP. Ainda no conceito de Segurança Integral, todos os órgãos estão em contato contínuo no âmbito do CIOB.
Como a criação da divisão antiterrorismo na Polícia Civil se integra à resposta das forças de segurança à crescente ameaça de atentados no DF?
Brasília, como capital federal, abriga as mais altas autoridades da República, envolvendo quase todos os prédios caracterizados como de segurança nacional em seu território. Com o acirramento político e ideológico nos últimos anos, é natural que surgisse a necessidade da criação de uma divisão especializada, assim como ocorre na Polícia Federal, de modo que possa ser dedicada uma atenção especial, com grupo destacado para a missão, visando ao trabalho integrado, em colaboração, respeitando as peculiaridades e as atribuições constitucionais e legais de cada órgão.
Como as forças de segurança estão se preparando para prevenir futuros atentados semelhantes, especialmente em locais sensíveis como a Praça dos Três Poderes?
Nós estamos preparados, e a Esplanada dos Ministérios é o local mais seguro do país. O tempo de resposta da Polícia Militar na ocorrência foi de pouquíssimos minutos. A área, naquele dia, foi isolada prontamente. A varredura efetuada pelo esquadrão especializado se utilizou das mais modernas técnicas disponíveis. Temos também os mais rígidos protocolos de segurança, considerando as peculiaridades daquele perímetro. Trabalhamos em colaboração contínua, reforçando o conceito de integralidade, em conjunto com as polícias que fazem a segurança do STF e do Congresso Nacional, além do contato permanente com o Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República (GSI) e o Comando Militar do Planalto, que fazem a segurança do Palácio do Planalto. Entretanto, nós não vamos cair na armadilha de imaginar que um protocolo de segurança, que já é bom, não pode ser melhorado. Cada evento, até os mais dolorosos, serve de aprendizado. Mesmo cientes de que somos a segunda capital mais segura do país e que a Esplanada é um dos perímetros mais vigiados do Brasil, vamos reavaliar procedimentos e investir no que pode ser aprimorado. Segurança Pública não pode ser engessada. Sempre há espaço para melhora.