À QUEIMA-ROUPA – Por Ana Maria Campos
Marcelo Aguiar, membro da Executiva Regional do Cidadania/DF e ex-secretário de Educação
“Ela (Paula Belmonte) se declarou independente do governo local neste momento, mas tem estabelecido pontes de diálogo sobre projetos, propostas e políticas públicas que considera importantes para a cidade”
Qual é a posição do Cidadania em relação ao governo Ibaneis?
O Cidadania-DF apoiou Ibaneis no segundo turno de 2018 e desde então tem uma relação política muito boa com o governador, que sempre consideramos um democrata. Em que pese nossas divergências durante o processo eleitoral, mantemos a cordialidade e civilidade numa convivência democrática.
Por que a zonal do Plano Piloto considerou positiva a decisão do ministro Alexandre de Moraes de revogar o afastamento de Ibaneis?
A decisão, tomada após manifestação da PGR, respeita o resultado da vontade do eleitorado do DF nas urnas e preserva o devido processo legal. Não foi encontrada nenhuma evidência de participação ou omissão do governador nos atos terroristas de janeiro e nada mais natural que sua volta ao mandato conferido pelo povo do DF.
O partido tem ou reivindica espaço no governo?
O Cidadania-DF participa do governo Ibaneis desde o seu primeiro mandato. Estivemos no primeiro escalão no início do governo com a presença do secretário de Cultura Adão Cândido e depois, com competentes companheiros do partido em diversos espaços, como na própria Cultura com o secretário-executivo Carlos Alberto, na secretaria da Mulher com a subsecretária Irina Storni, e na educação com o diretor regional do Paranoá Raniere Falcão.
Como o partido defende que seja a postura da deputada Paula Belmonte, que é presidente regional da legenda, no mandato na Câmara Legislativa?
A deputada Paula Belmonte é uma liderança política em ascensão. Fez um mandato federal reconhecido como um dos melhores do Congresso, e sempre teve liberdade para expressar suas ideias e convicções, assim como toda a bancada federal. Não será diferente na CLDF. Em que pesem divergências pontuais com o partido, que são normais na política, ela tem se pautado pelo diálogo e o respeito pelas decisões coletivas. Ela se declarou independente do governo local neste momento, mas tem estabelecido pontes de diálogo sobre projetos, propostas e políticas públicas que considera importantes para a cidade.
Quais são os planos do Cidadania com vistas às eleições de 2026?
2026 ainda está muito longe. O partido ainda não fez essa discussão, mas temos quadros políticos que podem participar do processo em qualquer dos espaços majoritários numa eleição, como a própria deputada Paula.
O ex-senador Cristovam Buarque não concorreu na última eleição. Acredita que ele voltará a disputar mandatos eletivos?
Cristovam tem repetido que quer escrever mais e estar mais perto da família, principalmente das netas. Mas um quadro político como o dele, com história de defesa da educação e do combate à pobreza, não tem como evitar que os amigos e companheiros de partido torçam para que ele possa ainda representar a população do DF.