O vice-governador Paco Britto (Avante) está se consagrando como um articulador político. Ele esteve pessoalmente na Câmara Legislativa ontem acompanhando toda a articulação política. Era o avalista do governador Ibaneis Rocha (MDB) de que todos os acordos serão honrados. Mas seu partido terminou a eleição rachado. Um voto contra, do deputado João Cardoso, e um a favor, de Reginaldo Sardinha.
Eduardo Pedrosa (PTC) é o mais jovem deputado distrital desta legislatura, mas chegou à Câmara com habilidade de gente grande. Trabalhou muito nos bastidores na discussão sobre o projeto do Instituto Hospital de Base. Deve ter aprendido em casa, com o pai, que tem o mesmo nome, ou com a tia Eliana Pedrosa.
Não demorou. Na primeira medida polêmica do governo Ibaneis, a nova administração da OAB/DF apresentou ontem uma crítica pública. Presidida pelo advogado Délio Lins e Silva Júnior, que concorreu em chapa adversária à apoiada por Ibaneis, a entidade divulgou nota em que rechaça a forma como o Executivo conduziu o projeto de ampliação do Instituto Hospital de Base para outras unidades. Sinal de que a gestão de Délio pode dar trabalho a Ibaneis.
Adversários no segundo turno das eleições, com troca de acusações fortes, Ibaneis Rocha (MDB) e Rodrigo Rollemberg (PSB) estavam unidos num propósito ontem: aprovar a ampliação da gestão do Instituto Hospital de Base para outras unidades. Mas, nem por isso, o clima foi de harmonia. Em nota, o PSB, partido de Rollemberg, defende o modelo que surgiu no DF em sua administração, mas faz uma ressalva: “É forçoso reconhecer que estamos diante de mais um estelionato eleitoral praticado pelo então candidato e agora governador Ibaneis Rocha. Pelas redes sociais, Ibaneis disse que, na campanha, não tinha todas as informações e agora tem a humildade de admitir a necessidade de ampliá-lo.
Por que sim?
Cláudio Abrantes, líder do governo na Câmara Legislativa
“A saúde pública do DF apresenta hoje um estado caótico. Há precariedade nas instalações e equipamentos e cerca de mil leitos encontram-se bloqueados. São 200 apenas no Hospital Regional de Santa Maria. Por mais que haja esforços da Secretaria de Saúde e do servidor, é fundamental haver um choque, uma vez que nossa população está morrendo. É necessário, portanto, buscar novos e urgentes caminhos. Isso não significa, no entanto, que admitiremos desrespeito ou desvalorização da classe que, por anos a fio, tem se esforçado para cuidar de nossa população. Sabemos da luta do servidor para um atendimento de excelência. Sabemos que o caos não é culpa deles. Mas atingimos um ponto crítico e, por mais que o servidor se desdobre, seu sacrifício não é suficiente. Não se trata de privatização da saúde pública nem de ‘atropelar’ o servidor. O que queremos é somar, é tirar a saúde do caos”.
Por que não?
Fábio Félix (PSol), presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara
“O projeto apresentado pelo governo Ibaneis caracteriza a terceirização, a quarteirização e a entrega da saúde pública à iniciativa privada. Conforme temos destacado, especialistas, Conselho de Saúde e usuários sequer foram consultados e essa matéria não pode ser decidida em sessão extraordinária. Mesmo após diversas alterações, o PL mantém vícios, como a ausência de estudos técnicos que justifiquem a medida. A convocação extraordinária é o desdobramento das ameaças feitas pelo governador, além de ser uma decisão tomada a partir do diálogo rápido e insuficiente com a Câmara Legislativa do DF. Nossa posição será em defesa do Sistema Único de Saúde, dos servidores e por melhorias estruturais que se ancorem em análise técnica fundamentada na realidade da saúde local e nos anseios da população”.
“O presidente que sempre me difamou, que sempre me insultou de maneira aberta, que sempre utilizou de homofobia contra mim. Esse ambiente não é seguro para mim”
Deputado Jean Wyllys (PSOL/RJ), ao justificar a renúncia ao mandato de deputado federal e anunciar que deixa a vida pública para se mudar para o exterior
“Grande dia”
Presidente Jair Bolsonaro (PSL), pelo Twitter, numa declaração que foi considerada pelos integrantes do PSol como uma comemoração pela renúncia de Jean Wyllys. O presidente disse que se referia ao fim da missão em Davos
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