Coluna Eixo Capital/Por Ana Maria Campos
Na investigação sobre a cobrança de propina para furar a fila de cirurgias no Hospital Regional de Taguatinga (HRT), o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) não pretende pedir a punição de pacientes que se envolveram no esquema.
A apuração é de corrupção passiva. Será responsabilizado quem extorquiu doentes. Segundo o promotor de Justiça Clayton Germano, da 2ª Promotoria de Justiça de Defesa da Saúde (Prosus), quem se dispôs a pagar para se submeter a um tratamento médico na rede pública o fez por desespero.
A investigação apontou que um procedimento custava até R$ 5 mil, e as cirurgias mais comuns eram as ortopédicas. Na casa da ex-funcionária do HRT investigada, promotores de Justiça e policiais da Coordenação de Combate à Corrupção, aos Crimes contra a Administração Pública e contra a Ordem Tributária (Cecor) encontraram, durante a Operação In Corruptionem (contra a corrupção, em latim), um caderno de anotações com nomes e situação clínica. Esses dados serão cruzados com informações do HRT.
Dividindo a gestão com o setor produtivo
O empresário Walid Sariedine, diretor financeiro da Fibra/DF, foi escolhido pelo governador Ibaneis Rocha como presidente da Junta Comercial, Industrial e de Serviços do DF por um motivo específico. Ibaneis quer ampliar a participação do setor produtivo em sua gestão para que o empresariado não tenha do que reclamar. Aliás, a aprovação da Medida Provisória que transferiu a Junta Comercial do governo federal para o local contou com empenho pessoal de Ibaneis.
Mais obras
Qual a prioridade para o segundo semestre: obras, muitas obras, segundo Ibaneis Rocha. O governo vai apostar forte na construção civil para gerar empregos e renda no DF. Se o orçamento deixar.
Empresário faz doação para Secretaria de Saúde
A União Química Farmacêutica doou 200 mil ml do Bt-Horus SC, bioinseticida que combate as larvas do mosquito transmissor da dengue (Aedes aegypti) para a Secretaria de Saúde do Distrito Federal.
“Essa quantidade é suficiente para realizar a pulverização em todos os pontos críticos do Distrito Federal, que passa pela pior epidemia de dengue da história”, afirma André Freitas, diretor Industrial da União Química, empresa do candidato ao Senado nas últimas eleições Fernando Marques (Cidadania).
O empresário é generoso também nas doações eleitorais. Ajudou vários candidatos e praticamente bancou a campanha de Rogério Rosso ao Palácio do Buriti, segundo prestação de contas ao TSE.
Mandou bem
Procuradora aposentada do DF, a deputada Bia Kicis (PSL-DF) apresentou projeto de lei na Câmara que obriga advogados a comprovarem a origem lícita dos honorários que recebem de seus clientes.
Mandou mal
Segundo relato de uma defensora pública da Bahia, um promotor de Justiça, ao saudá-la, durante julgamento, pediu calma e afirmou: “Primeira vez com um negão não dói”. Ela considerou um constrangimento e assédio em
pleno Tribunal do Júri.
Enquanto isso… Na sala de Justiça
Perdoado pela condenação na Operação Lava-Jato, graças a indulto de Natal do ex-presidente Michel Temer, o ex-senador Gim Argello está apto legalmente para voltar para a política. Não enfrenta nenhum impedimento para concorrer novamente a algum mandato em 2022.
A pergunta que não quer calar
Por que o presidente Jair Bolsonaro cisma em abrir o debate para temas controversos como uma defesa do trabalho infantil, o fim da obrigatoriedade de cadeirinhas para transporte de crianças em carros, a tomada de três pontas, a ampliação do porte de armas e a possível escolha de um ministro do STF pelo critério da religião?
Siga o dinheiro R$ 11,5 bilhões
Foi o valor recuperado em quatro anos da Operação Lava-Jato, segundo relatório divulgado pelo MPF (Ministério Público Federal). Do total, R$ 759 milhões foram devolvidos aos cofres públicos.
Só papos
“Eu queria saber qual família resistiria a dois anos de violação de comunicação privada?”
Ministro Roberto Barroso, do STF, sobre os diálogos entre o ministro Sérgio Moro e procuradores da força-tarefa da Lava-Jato que vêm sendo divulgados“Juiz não pode ser chefe de força-tarefa, nem chefiar procurador”
Ministro Gilmar Mendes, do STF, durante julgamento de habeas corpus que pede a anulação da condenação do ex-presidente Lula, no caso do apartamento do Guarujá