Ouça trechos da conversa em que Liliane e Estevão falam sobre a bancada evangélica e a Igreja Católica

Publicado em CB.Poder

Entre as inconfidências e revelações feitas pelo ex-senador Luiz Estevão nas conversas gravadas pela deputada Liliane Roriz (PTB), uma menção à Câmara Legislativa chama a atenção. O empresário fala da “bancada da fatura”, que seria composta pelos distritais Cristiano Araújo (PSD), Rafael Prudente (PMDB) e Robério Negreiros (PSDB). As famílias dos três parlamentares têm empresas que atuam nos setores de segurança e conservação e mantêm contratos milionários com o governo local.

 

A menção à chamada bancada da fatura foi feita quando Liliane Roriz, Valério Neves e Luiz Estevão falavam sobre o crescimento do número de parlamentares evangélicos. “O que esses evangélicos fizeram? Arrasaram quarteirão, levaram tudo”, comentou Liliane Roriz. “Católica que sou, você sabe muito bem disso, pergunta se a Igreja Católica pede voto?”, questiona a parlamentar.
Ela afirma aos interlocutores que, naquele dia, havia encontrado o arcebispo Dom Sérgio da Rocha na Câmara. “Eu falei para ele: ‘pois é, Dom Sérgio, se o senhor quiser contar com alguém aqui, é tudo evangélico. Não vai arrumar dinheiro para o senhor fazer emenda para (a festa de) Nossa Senhora Aparecida. O senhor tem que contar comigo, com a Luzia de Paula’. Mas a Igreja Católica não se manifesta. É uma postura errada”, criticou Liliane Roriz. Luiz Estevão emendou a conversa. “Eles não se mobilizam, parece que têm vergonha”, disse o empresário, que comentou sobre a força da bancada evangélica. “São seis, um quarto da Câmara. Não é brincadeira, não. Aí você pega a bancada da fatura, são mais três”.
Além de mencionar Cristiano Araújo, Robério Negreiros e Prudente, Luiz Estevão cita outro nome. “Ainda tinha a 25ª deputada, que era a Eliana Pedrosa. Já estava tudo acertado”, comenta o ex-senador. “E ela não sai de lá”, comenta Liliane. Estevão afirma que a ex-distrital, cuja família é dona da empresa Dinâmica, “vai voltar com força em 2018”. “Ela é inteligente, tem base, não é um jabá da vida”, acrescentou. A firma da ex-parlamentar recebeu mais de R$ 332 milhões do governo desde 2009.