sp-40268364 Governo de São Paulo/Divulgação, Marcelo Ferreira/CB/D.A Press e Minervino Júnior/CB/D.A. Press

Os exemplos de São Paulo para 2026

Publicado em Eixo Capital, Eleições

Por Ana Maria Campos — As eleições de São Paulo ganharam repercussão de disputa nacional. Não só pela importância do maior e mais rico município do país, mas também pela campanha. A direita se dividiu com duas frentes principais, do atual prefeito, Ricardo Nunes (MDB), e de Pablo Marçal (PRTB). E a candidatura de Guilherme Boulos (PSol) com a ex-prefeita Marta Suplicy (PT), imposta pelos acordos do presidente Lula, não empolgou a tradicional militância petista. Marta, aliás, tem rejeição de vários petistas por ter mudado de lado — assinou ficha de filiação ao MDB e depois retornou ao partido do presidente. São situações que podem se repetir em outras campanhas e devem ser parâmetro para futuras análises da direita e esquerda.

Sinuca

O laudo falso de Pablo Marçal contra Guilherme Boulos atingiu o candidato do PSol com uma ofensa falsa, criou uma situação que pode levar o ex-coach à inelegibilidade e, no fim das contas, beneficiou a candidatura de Ricardo Nunes. A avaliação é do ex-governador Rodrigo Rollemberg (PSB). Ele acredita que a fraude tirou Marçal do segundo turno e criou uma situação mais difícil para Boulos enfrentar: um prefeito, candidato à reeleição, com o apoio do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos). Marçal, com rejeição alta, avalia Rollemberg, seria mais fácil para Boulos derrotar.

A pergunta que não quer calar

O que vai acontecer com Pablo Marçal? Vai ser condenado à inelegibilidade ou vai se tornar uma liderança política em ascensão?

Aliada das crianças

Ana Carolina Oliveira (foto), mãe de Isabella Nardoni, a menina assassinada pelo pai, Alexandre Nardoni, e pela madrasta, Ana Carolina Jatobá, em 2008, foi a candidata a vereadora mais votada no município de São Paulo. Ele teve mais de 129 mil votos. Um fenômeno fora da política, outsider, que viralizou. Pode fazer muito, se cumprir os compromissos, em defesa da infância.

Discípulo de Nikolas

Na disputa para a Câmara Municipal de São Paulo, a mãe de Isabela Nardoni, Ana Carolina Oliveira, ficou atrás apenas de Lucas Pavanato (PL), de 26 anos. Ele teve mais de 161 mil votos. Surge como vereador em São Paulo praticamente uma réplica do deputado federal NiKolas Ferreira (PL-MG), também eleito em 2022 como o parlamentar mais votado. Os dois são de direita, bolsonaristas, com discurso contundente e fortes nas redes sociais.

Aliada de Bia Kicis é eleita vereadora

A deputada federal Bia Kicis (PL-DF) esteve em São Paulo no fim de semana para atuar na campanha municipal, especialmente na torcida pela amiga, Zoe Martínez (PL), ex-comentarista política da Jovem Pan e influenciadora que se elegeu vereadora, com mais 60 mil votos. Zoe atuou no gabinete de Bia e a tem como mentora e madrinha política.

Em defesa das eleições

A juíza Rejane Jungbluth Suxberger (à direita), do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT), esteve em colégios eleitorais do Entorno fiscalizando a votação e postou nas redes sociais uma mensagem em defesa da democracia: “É pelas eleições que se evitam as revoluções”.

Juntas em apoio a Queiroga

Como na disputa presidencial, a vice-governadora Celina Leão (PP) rodou o país em campanha ao lado da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro. Mais um momento para fortalecer a amizade e aliança política. Na semana passada, as duas estiveram em João Pessoa, para apoiar a campanha do ex-ministro da Saúde Marcelo Queiroga (PL) à prefeitura. Ele vai disputar o segundo turno com o atual prefeito, Cícero Lucena (PP).

Chapada metade socialista

Apoiado pelo ex-governador Rodrigo Rollemberg (PSB), Vilmar Kalunga (PSB), na foto, foi eleito prefeito de Cavalcante, com 53,79% dos votos. Mas a Chapada dos Veadeiros não é totalmente socialista. Em Alto Paraíso, Marcus Rinco (União), com 51,38% dos votos, derrotou a Professora Nislene (PSB), com 24,95%.

Cabo eleitoral dos candidatos conservadores

A senadora Damares Alves (Republicanos-DF) se dedicou às eleições para eleger candidatos conservadores. Entre a pré-campanha e a última semana, ela esteve em mais de 30 cidades consideradas estratégicas, nas cinco regiões do país. A última foi Canoas (RS), onde a republicana Beth Colombo disputava a prefeitura — mas acabou não se elegendo. A assessoria da parlamentar brasilense ainda está contabilizando, mas estima que ela gravou vídeos ou tirou fotos para mais de 1,2 mil candidatos de todo o Brasil.

Reeleito

O Delegado Cristiomário (PP) foi reeleito prefeito de Planaltina de Goiás com 69,78% dos votos. Ele começou a atividade política como chefe de gabinete do então deputado distrital Rogério Ulysses, entre 2007 e 2009, e teve atuação na CPI dos Cemitérios. Depois seguiu caminho no Entorno.

Derrota de Bolsonaro

Em Valparaíso de Goiás, o ex-presidente Jair Bolsonaro abandonou o candidato Zé Antônio, de seu partido, o PL, e pediu votos para Maria Yvelônia (Solidariedade). Foi um pedido da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro. Mas nenhum dos dois se elegeu. Zé Antônio teve 21,04% dos votos. Yvelônia ficou com 12,27%. A vitória foi de Marcus Vinícius (MDB), eleito com 61,28%.

Fora do segundo turno em Curitiba

Deputada federal por São Paulo, Rosângela Moro (União) não obteve sucesso no plano de se tornar vice-prefeita de Curitiba. O candidato que liderou a chapa, Ney Leprevost (União) teve apenas 6,49% dos votos. Ficou em quarto lugar e, portanto, fora do segundo turno, que será disputado por Eduardo Pimentel (PSD) e Cristina Graeml (PMB).

Popularidade falhou

Dois governadores com alta popularidade não conseguiram emplacar seus protegidos na liderança da votação nas capitais de seus estados. Em Belo Horizonte, Mauro Tramonte (Republicanos), candidato de Romeu Zema (Novo), ficou fora do segundo turno, que será disputado por Bruno Engler (PL) e Fuad Noman (PSD). Em Goiânia, Fred Rodrigues (PL), apoiado por Jair Bolsonaro, deslanchou na reta final e terminou o primeiro turno em primeiro, com 31,14%. Na frente do candidato apoiado por Ronaldo Caiado (União), Sandro Mabel (União), que obteve 27,66% dos votos.