As declarações de um integrante da Comissão de Ética do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) causaram revolta entre os servidores do órgão. A palestra de boas-vindas aos novos funcionários ocorreu em outubro do ano passado, mas a polêmica ganhou maiores proporções este mês, quando o vídeo com as afirmações foram postadas no Youtube.
O palestrante dá conselhos de como as mulheres devem se vestir no meio de trabalho: “É muito interessante como a comissão trabalha na parte de recomendações, que você que vai estar trabalhando numa repartição pública, que você se vista adequadamente, se preserve. Nossa orientação é que as mulheres se preservem para que evitem esse tipo de coisa (assédio)”, afirmou. Veja o vídeo abaixo:
Após a gravação tornar-se pública, a Comissão de Ética emitiu nota de esclarecimento que desagradou a muitos servidores. Apesar de “reconhecer os equívocos nas palavras do profissional”, a comissão afirmou que a “situação também demonstra que é preciso amadurecer a maneira como são usadas as redes sociais no ICMBio”.
Diante do quiprocó, embora a comissão seja vinculada diretamente à Comissão de Ética da Presidência da República, a diretoria do Instituto decidiu se pronunciar, afirmando que “repudia todas as formas de assédio, discriminação e preconceito”. Além disso, a nota causou divergências internas ao alertar que “cautela é recomendável para que a participação em redes sociais não viole as diretrizes do instituto”.
Questionado, o ICMBio enviou essa mesma nota como forma de esclarecimento. A Comissão de Ética da Presidência da República não se posicionou a respeito.