Operação da PCDF e MPDFT mira convênios da Secretaria da Criança do DF

Publicado em CB.Poder

ANA MARIA CAMPOS

HELENA MADER

Operação Conto do Vigário deflagrada nesta manhã (11/12) apura suspeita de desvio de repasses de recursos da Secretaria de Políticas para Crianças, Adolescentes e Juventude do DF transferidos por meio de convênios com os institutos Terra Utópica e Ibesp (Instituto Brasília para o Bem-Estar do Servidor Público). São cumpridos mandados de busca e apreensão.

 

Entre os alvos está Dioclecio Luiz Alves de Souza, ex-assessor do deputado distrital Professor Israel Batista (PV). Os repasses eram feitos para pagamento pelos serviços de fornecimento de livros, para contar histórias, entre outras atividades, para alunos da rede pública de ensino do DF.

 

Há suspeita de que havia um esquema parecido com o identificado no ICS. O Ministério Público do DF descobriu que empresas forneciam os bens e serviços para os institutos, que os levava para a secretaria sem licitação. Há suspeita de que o ex-assessor do gabinete de Israel Batista atuava para favorecer empresas. Ele foi exonerado há oito meses.

 

Israel Batista destinou emendas para o projeto, mas não é investigado diretamente.

 

O Correio revelou o caso em novembro do ano passado, em primeira mão. À época, a Secretaria de Políticas para as Crianças, Adolescentes e Juventude contratou uma empresa por quase R$ 1 milhão para realizar um concurso de redação em escolas de ensino médio do Recanto das Emas.

 

A instituição escolhida foi o Instituto Brasília Para o Bem-Estar do Servidor Público (Ibesp) e o valor do repasse somou R$ 972 mil. O instituto, presidido pelo corretor de imóveis Luiz Carlos do Carmo, tem uma atuação variada. De acordo com o site da empresa, além de oferecer cursos, o Ibesp tem uma imobiliária e também uma agência de turismo.

 

Os recursos para esse concurso vieram de uma emenda parlamentar do deputado distrital Israel Batista (PV) –  que era o padrinho político de Aurélio Araújo, à época chefe da Secretaria da Criança.

 

O trabalho de investigação é conduzido pela 6ª Promotoria de Defesa do Patrimônio Público do DF (Prodep) do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) e pela Divisão de Combate aoa Crimes contra a Administração Pública (Dicap) da Coordenação de Combate ao Crime Organizado, aos Crimes contra a Administração Pública e contra a Ordem Tributária (CECOR) da Polícia Civil do DF.

 

“Transparência”

Em nota, a Secretaria de Políticas para Crianças, Adolescentes e Juventude (Secriança) informou que os processos estão sob análise da Controladoria-Geral do Distrito Federal (CGDF), com acompanhamento da Unidade de Controle Interno da Secriança. “A Secriança reitera que não é alvo da operação e que está à disposição das autoridades para colaborar, uma vez que preza pela lisura e transparência dos processos públicos”, diz o texto.