O Ministério Público do DF e a Polícia Civil deflagraram nesta manhã (08/12) a Operação Trackcare para apurar esquema criminoso de falsificação de atestados médicos para abonar faltas de servidores públicos da Secretaria de Saúde. Tambêm há evidências de furto de medicamentos que deveriam ser fornecidos à população pela Secretaria de Saúde por meio do uso de receituário falso. Os investigados estariam usando carimbos de médicos da Secretaria de Saúde para falsificar os atestados e as receitas de medicamentos.
Sao alvos da operação o auxiliar de enfermagem Marcelo Mendes Cereja e a enfermeira Daniela Moaiana de Toledo. Eles foram conduzidos coercitivamente para prestar depoimento na DECAP (Delegacia de Combate aos Crimes contra a Administração Pública). O caso está sob a responsabilidade da 4ª Promotoria dos Usuários de Saúde do Ministério Público do DF.
Promotores e policiais civis também realizam nesta manhã busca e apreensão no Centro de Saúde 3, no Guará II, onde os alvos da investigação trabalham. Dentre os crimes em apuração estão o de peculato, falsificação de documentos, falsidade ideológica, inserção de dados falsos em sistema de informações e associação criminosa.
As investigações também abarcam a violação premeditada dos sistemas de informática da Secretaria de Saúde, denominados FORPONTO E TRACKCARE. Somente entre janeiro e agosto de 2016, Marcelo Cereja apresentou 16 atestados médicos e teve 47 incidências duvidosas de abonamento em sua folha de ponto. Já Daniela Moiana, no mesmo período, apresentou 18 atestados médicos e teve 18 incidências duvidosas de abonamento em sua folha de ponto.
Na última quarta-feira, o Correio mostrou com exclusividade um esquema de fraudes na Secretaria de Saúde. O alto índice de profissionais afastados do trabalho colocou em alerta a Corregedoria da pasta. Entre junho de 2015 e setembro de 2016, 53,7% dos servidores, em algum momento, afastaram-se do trabalho. As informações foram repassadas ao Ministério Público do Distrito Federal, que investiga o caso. Há indícios de que uma parcela dos médicos se ausenta dos afazeres nos hospitais públicos para atuar na rede privada. Assim, recebem os dois salários, mas trabalham efetivamente em apenas um local — normalmente em clínicas particulares ou próprias.
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