ANA MARIA CAMPOS
Munições de uso restrito, adquiridas pela Polícia Militar do DF e pelo Exército Brasileiro, foram desviadas para integrantes do Comando Vermelho, no Rio de Janeiro. É o que indica investigação da Polícia Civil do DF.
Para aprofundar essas suspeitas, policiais civis da Divisão de Repressão a Facções Criminosas (DIFAC) deflagraram, na manhã desta quarta-feira (05/12), a Operação Fogo Amigo, com o objetivo de desarticular uma organização criminosa dedicada ao comércio de munição de calibre restrito.
Na Operação, são cumpridos cinco mandados de busca e apreensão e sete de prisão temporária no Distrito Federal e na cidade do Rio de Janeiro (RJ). As prisões têm duração de 30 dias, mas podem ser renovadas por se tratarem de crimes hediondos.
As investigações da DIFAC, divisão subordinada à Coordenação de Combate ao Crime Organizado, aos Crimes contra a Administração Pública e contra a Ordem Tributária (CECOR), tiveram início a partir da apreensão de munições.
Na primeira apreensão, em fevereiro, munições de uso restrito adquiridas pela Polícia Militar do Distrito Federal foram apreendidas no Rio. O suspeito transportava 1.030 munições calibre 5,56 mm e 499 munições calibre 7,62 mm de Brasília para o Rio, por meio de uma empresa de transporte terrestre.
No segundo episódio, em junho, foram apreendidas munições também no Rio, em poder de um suspeito que conduzia um veículo Fiat/Stilo com 500 munições calibre 7,62 mm e 890 munições calibre 5.56 mm, parte delas vendidas para o Comando do Exército e parte para a PMDF.
Os suspeitos presos foram identificados com a colaboração da Polícia Civil do Rio de Janeiro. Eles são responsáveis por intermediar a venda das munições até sua chegada às favelas do Rio. Entre os presos, há um bombeiro militar que atualmente encontra-se cedido para outro órgão.
As investigações continuam no intuito de identificar os responsáveis pelo desvio das munições e, caso seja revelada a participação de algum militar que agiu no exercício da função, as investigações serão compartilhadas com o Ministério Público Militar para apuração, segundo a Polícia Civil do DF.