“O ano letivo não está perdido”, diz secretário de Educação do DF ao Correio

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Coluna Eixo Capital/Por Ana Maria Campos

À QUEIMA-ROUPA

Leandro Cruz
Secretário de Educação do DF

Com a curva de contaminações por covid-19 em alta, é hora de pensar em reabrir as escolas para aulas presenciais?
Em primeiro lugar, nosso compromisso é preservar vidas. O nosso secretário de Saúde, Francisco Araújo Filho, em entrevista ao próprio Correio Braziliense, explicou que a curva está se estabilizando e há previsão de queda nos próximos 15 dias. Estou acompanhando diariamente a curva da pandemia. É isso que irá balizar nossas decisões. Tenho o painel de monitoramento no meu gabinete. A retomada das atividades presenciais nas escolas da rede pública foi planejada seguindo rigorosamente o protocolo de medidas sanitárias. Teremos uma volta gradual e segura para estudantes, professores e demais membros das equipes escolares. Nada será feito que coloque em risco a saúde das pessoas.

Quando, na sua avaliação, será o melhor momento para todos os alunos retornarem?
O cronograma de retomada das atividades presenciais nas escolas públicas do Distrito Federal vai de 31 de agosto a 5 de outubro. O calendário letivo, que teve início em 10 de fevereiro, vai até 28 de janeiro. O retorno das aulas presenciais será escalonado e híbrido. Metade dos estudantes irá à escola em uma semana e a outra ficará no ensino remoto. Na semana seguinte, as turmas se invertem. Assim ,até o fim do ano letivo, teremos aulas remotas e presenciais.

Não é um risco aglomerar crianças que podem disseminar nas escolas e em casa o novo coronavírus ao serem contaminadas por coleguinhas em meio a brincadeiras?
O retorno dos estudantes da educação infantil só está previsto para 28 de setembro. Até lá, vamos acompanhar dia a dia como a circulação de estudantes estará influenciando a curva da pandemia. Uma série de medidas será tomada para garantir o distanciamento entre os estudantes. Por isso, só a metade das turmas volta para o presencial em sistema de revezamento. Os turnos serão reduzidos, não haverá recreio e a merenda será servida na sala de aula, entre outros cuidados. Nesta semana, começamos a higienização e a desinfecção de todas as escolas e esse trabalho será periódico até o fim do ano letivo.

Como tem sido a reação dos pais? Vemos famílias que esperam ansiosamente pelo retorno e outras que não pretendem mandar os filhos para a escola.
Estamos dando suporte às famílias com orientações que já foram divulgadas em nosso site para pais e estudantes. A cada dia construímos juntos uma nova forma de ensinar e de aprender. Todos nós, pais, professores e demais servidores da Educação estamos vivendo um momento atípico. Mas estamos promovendo o retorno com absoluta segurança para todos.

O que o governo espera da audiência pública marcada para esta segunda-feira em que será discutida a volta às aulas nas escolas particulares?
O Governo do Distrito Federal autorizou a retomada das atividades presenciais nas escolas particulares a partir de 27 de julho. A Justiça suspendeu o retorno por dez dias. O GDF acatou a decisão, mas as escolas têm autonomia para estabelecerem seus calendários quando forem autorizadas pela própria Justiça. Para que haja parâmetros, a secretaria encaminhou protocolos de segurança sanitária ao Sindicato dos Estabelecimentos Particulares de Ensino do Distrito Federal (Sinepe/DF). A maior parte das orientações já consta no próprio Decreto 40.939, entre elas: distanciamento, disponibilização de álcool em gel, uso de máscaras de proteção facial e aferição de temperatura.

Acredita que 2020 será um ano perdido no ensino?
Não, o ano letivo não está perdido. Amanhã, por exemplo, daremos posse a 821 novos professores. Esse foi um compromisso firmado pelo governador Ibaneis Rocha. Em 13 de julho, o ano letivo foi retomado de forma remota, por meio da plataforma Google Sala de Aula. Quem não tem acesso recebe material impresso. A Secretaria está empenhada em garantir que o conteúdo pedagógico chegue a todos os estudantes da rede pública. Estamos atentos, também, ao possível prejuízo no aprendizado de nossos alunos por causa da pandemia. Vamos acompanhar o desempenho dos estudantes e providenciar o reforço escolar, caso seja necessário. É um momento desafiador, complexo, causado por uma pandemia inesperada, que exige uma série de adaptações. O órgão está fazendo tudo para que sejam minimizados os impactos disso no ano letivo.

Ana Maria Campos

Editora de política do Distrito Federal e titular da coluna Eixo Capital no Correio Braziliense.

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