“Nossa preocupação é salvar vidas”, diz procurador coordenador da força-tarefa contra a Covid-19

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Coluna Eixo Capital/Por Ana Maria Campos

À QUEIMA-ROUPA

José Eduardo Sabo Paes, Procurador distrital dos direitos do cidadão e coordenador da força-tarefa contra a Covid-19
Qual é a maior preocupação do MPDFT em relação à epidemia do novo coronavírus ?
Salvar vidas. O esforço do MPDFT nesse momento está concentrado nessa tarefa. Levando em conta nossas atribuições, estamos atuando com firmeza para fiscalizar e monitorar as medidas que, sobretudo o GDF, está tomando nesse momento para enfrentar a situação instalada em razão da crise. Também acompanhamos as ações de caráter preventivo para o combate à pandemia que, como sabemos, ainda não chegou em sua fase crítica. Um aspecto importante da atuação do Ministério Público é que não estamos apenas nos atendo ao papel de fiscais das medidas. Em grande parte, também procuramos auxiliar o poder público a encontrar soluções para os problemas que surgem em razão da conjuntura excepcional. Há, evidentemente, preocupações dos procuradores e promotores do MPDFT com outros aspectos da crise, como as consequências econômicas que dela decorrerão. No entanto, nesse exato momento, nosso esforço se concentra nas questões de saúde.
O MPDFT vai acompanhar as ações do governo?
A situação é tão delicada e complexa que, logo depois do início da crise, chegamos à conclusão de que era necessário criar uma força-tarefa dentro do MPDFT para realizar mais adequadamente esse acompanhamento. A procuradora-geral de Justiça, Fabiana Costa, entendeu que havia essa necessidade e nos forneceu os meios necessários para a constituição desse grupo. Posso dizer que estamos monitorando as ações mais importantes tomadas pelo governo para enfrentamento da crise, e cobrando e sugerindo outras que, no nosso entendimento, precisam ser adotadas em benefício da população.
Acredita que o isolamento social é o caminho certo para combater a disseminação da doença?
Não tenho dúvida disso. Em situações como a atual, uma crise de escala global de graves consequências para a população de todo o mundo,  não há outro caminho que não seja seguir as balizas da ciência, a orientação dos profissionais de saúde. São eles que devem ser ouvidos nesse momento. Eles são os guias. Os países que melhor têm lidado como a pandemia, como a Coréia do Sul e o Japão, se guiaram por esses profissionais. Ouçamos a Organização Mundial da Saúde (OMS). Fiquemos em casa.
Como está a atuação do governo nessa crise?
O governo federal tem feito um bom trabalho. É importante continuar seguindo as orientações da OMS.  No DF, o governo também tem feito um grande esforço para preparar a estrutura da saúde para a pior fase da epidemia que, como dizem os especialistas, deve se iniciar nas próximas semanas. Há ajustes que ainda precisam ser feitos, entre os quais destaco a ampliação do número de leitos com respiradores e do número de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) para os profissionais da área de saúde e da assistência social. Estamos cobrando a implementação dessas medidas e, como disse, tentando fazer parte da solução.
Se faltarem condições de trabalho para os profissionais da saúde , o MPDFT pode atuar?
Como mencionei, o MPDFT já se antecipou e começou a atuar para evitar um cenário como esse, que seria desastroso para os próprios profissionais e, é claro, para os que necessitam do auxílio deles no curso de uma crise de saúde dessa proporção. Por meio da Força-Tarefa, temos nos reunido com frequência com a cúpula do governo e, mais especificamente com a direção da saúde, para cobrar providências diversas. Uma das nossas maiores preocupações é, precisamente, a situação dos trabalhadores da saúde.
E o que o MPDFT pode fazer para ajudar pacientes caso faltem leitos ou respiradores?
Em uma hipótese de cenário mais crítico, nós sempre temos à nossa disposição os instrumentos,  extrajudiciais e judiciais, para realizar o trabalho de proteção dos direitos dos cidadãos. Sobretudo quando se trata de defender uma prerrogativa tão relevante da cidadania, diretamente relacionada à dignidade da pessoa humana, como é a saúde. Mas, ao menos no estágio atual, nossa atuação tem ocorrido mais na esfera extrajudicial, no sentido de, por um lado, cobrar da administração pública a adoção das medidas de sua competência e, por outro, auxiliá-la a buscar as melhores soluções para os problemas que surgem em razão da crise. A população do Distrito Federal pode estar segura de que, nesse momento difícil, tem no MPDFT um fiel defensor.
Ana Maria Campos

Editora de política do Distrito Federal e titular da coluna Eixo Capital no Correio Braziliense.

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