O convite do governador Rodrigo Rollemberg (PSB) ao delegado aposentado da Polícia Federal José Mariano Beltrame para a Secretaria de Segurança Pública e Paz Social expôs o que muito já se fala nos bastidores: a titular da pasta, Márcia de Alencar, está fora. Pode ser uma questão de tempo. Mas a demissão ficou óbvia ontem quando a “sondagem” ao ex-secretário do Rio de Janeiro foi confirmada. A versão oficial é de que Beltrame recusou o convite, mas as negociações continuam. Rollemberg sonha com um nome forte na capital do país para tentar pacificar as forças de segurança no DF, principalmente no embate entre policiais civis e militares. Mas uma coisa é certa: Beltrame não viria a Brasília para ser a rainha da Inglaterra. Vai querer todas as condições para escolher a equipe. Só assim terá autoridade.
Amor à causa
Um dos nós para a vinda de José Mariano Beltrame é salarial. No Rio de Janeiro, apesar das condições adversas na criminalidade, os secretários podem somar os salários no governo com os vencimentos de origem. No Distrito Federal, o secretário tem de optar por um dos contracheques e receber parte do outro. Ainda sofre abate-teto. A diferença é grande. Aceitar o convite para a Secretaria de Segurança Pública do DF para ganhar apenas a aposentadoria da Polícia Federal exigiria de Beltrame muito amor à causa.
Fritura
Sem autoridade entre policiais civis e criticada por policiais militares, a secretária de Segurança Pública e Paz Social, Márcia de Alencar, ficou numa situação ainda mais difícil ontem. Foi fritada publicamente.