O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), em conjunto com a Coordenação Especial de Combate à Corrupção e ao Crime Organizado (Cecor), deflagrou nesta manhã (10/09) a Operação Gotemburgo para apurar fraudes em contratos da Secretaria de Saúde que chegam a R$ 123 milhões.
Segundo os investigadores, os contratos irregulares ocorreram durante a gestão do médico Rafael Barbosa na Secretaria de Saúde.
As supostas fraudes envolvem adesões a atas de registros de preços do governo de Sergio Cabral que já estavam direcionadas para atender a interesses e negócios de um grupo liderado pelos empresários Miguel Iskin, Gustavo Estellita e Claudio Haidamus, alvos de ações da força-tarefa da Lava-Jato no Rio de Janeiro.
Estão sendo cumpridos 46 mandados de busca e apreensão no Distrito Federal, Rio de Janeiro, São Paulo e Goiás, para apurar fraude em licitação, peculato, corrupção ativa e passiva, organização criminosa e lavagem de dinheiro no âmbito dos processos de contratação das empresas Maquet e Med Lopes ComércIo de Material Médico Hospitalar Ltda, conduzidos pela Secretaria de Saúde do Distrito Federal.
A ordem judicial foi expedida pela 1ª Vara Criminal de Brasília.
A investigação se originou a partir do compartilhamento de provas obtidas nos processos da força-tarefa da Lava-Jato no Rio de Janeiro, reveladores de um esquema criminoso que se estendeu até o Distrito Federal, especialmente por meio da “venda” de atas de registro de preço cadastradas pelo INTO (Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia).
O nome da Operação Gotemburgo faz
alusão à segunda maior da Suécia, onde está localizada a sede do Grupo Getinge do qual faz parte a Maquet, empresa que foi agraciada com a maioria dos contratos formalizados com a Secretaria de Saúde e é a líder mundial na fabricação de camas cirúrgicas.
Durante as investigações, a Maquet e outras empresas envolvidas nos fatos em apuração fecharam acordos de leniência com o CADE e com o MPF/RJ. Vários investigados também formalizaram acordos de delação premiada que permitiram desvendar as fraudes.
Já a empresa MED LOPES, que tinha sede em João Pessoa, na Paraíba, era totalmente controlada por Miguel Iskin e pela empresa Oscar Iskin, tratando-se, segundo o MPDFT, de empresa de fachada e que vendia equipamentos médicos produzidos pelo Grupo Getinge.
As investigações apontaram uma parceria criminosa entre servidores públicos da Secretaria de Saúde do DF, do INTO, empresários e seus funcionários. O objetivo eram adesões às atas do INTO, que já eram fraudadas no Rio.
O dinheiro desviado foi transferidos para o exterior (Suécia, China, Estados Unidos, França e Polônia), com pagamentos em euro e dólar efetuados via carta de crédito pela Secretaria de Saúde para contas bancárias de empresas pertencentes ao Grupo Getinge (unidades da Maquet espalhadas
pelo mundo) ou para a MOSES TRADING (sediada nos Estados Unidos).
Em seguida, segundo a investigação, havia repasse de elevado percentual do valor final amealhado nas vendas dos equipamentos médicos para a offshore AVALENA TRADING/AVALENA INVESTMENTS, de Miguel Iskin, que possuía conta no JP Morgan Chase Bank, de Nova York, em um sofisticado esquema internacional de lavagem de dinheiro.
Depois dessa transação bancária, o dinheiro era distribuído como propina.
Também havia a participação, no esquema criminoso, de funcionários e sócios de outras empresas, por meio de falsas disputas nos procedimentos licitatórios para justificar as fraudadas compras de equipamentos médico-hospitalares.
Coluna Eixo Capital publicada em 22 de novembro de 2024, por Pablo Giovanni O Ministério…
Coluna Eixo Capital, publicada em 21 de novembro de 2024, por Pablo Giovanni (interino) Um…
Coluna Eixo Capital publicada em 21 de novembro de 2024, por Pablo Giovanni Um áudio…
Da Coluna Eixo Capital, por Pablo Giovanni (interino) Um relatório da Polícia Federal, que levou…
Texto de Pablo Giovanni publicado na coluna Eixo Capital nesta terça-feira (19/11) — O ministro…
Coluna publicada neste domingo (17/11) por Ana Maria Campos e Pablo Giovanni — A Polícia…