ANA VIRIATO E LUCAS FADUL
O Ministério Público Federal e a Polícia Federal pediram à Justiça a prorrogação da prisão temporária dos 10 detentos acusados de envolvimento na Operação Panatenaico, entre eles os ex-governadores Agnelo Queiroz (PT) e José Roberto Arruda (PR), além do ex-vice-governador Tadeu Filippelli (PMDB). Se o pedido for aceito pela Justiça Federal, a prisão temporária de cinco dias pode ser estendida por igual período. Nesse caso, os investigados só deixarão a cadeia na próxima quinta-feira.
Na tarde desta sexta-feira, o MPF se manifestou contrário à revogação da prisão de nove dos 10 acusados. Apenas a defesa do ex-secretário Especial da Copa do Mundo Cláudio Monteiro não havia pedido a revogação da prisão temporária. Ele é acusado de ser um dos operadores de Agnelo Queiroz. No mesmo documento, o Ministério Público Federal pediu a prorrogação da prisão de todos os envolvidos por mais cinco dias, com o argumento de que a medida é indispensável para a investigação e não só para o cumprimento dos mandados de busca e apreensão. O juiz Vallisney de Souza Oliveira deve analisar tanto o pedido das defesas quanto o do MPF ainda nesta sexta-feira, antes do plantão judiciário.
Uma das justificativas do MPF para pedir a prorrogação das prisões é que os procuradores ainda não receberam a documentação que comprova o efetivo bloqueio de patrimônio dos acusados. A Justiça determinou a indisponibilidade de bens de 11 investigados. Os bloqueios somam R$ 155 milhões – o maior valor foi o da Via Engenharia, que terá R$ 100 milhões declarados indisponíveis pelo TRF.
O advogado Paulo Emílio Catta Preta, responsável pela defesa do ex-governador José Roberto Arruda, elogiou a maneira como seu cliente tem encarado a prisão na operação Panatenaico. “Ontem (quinta-feira), ele estava muito bem e esperançoso”, relatou. Catta Preta espera que a temporária de Arruda se encerre amanhã. “Esperamos o fim da prisão neste sábado”, disse, antes de acrescentar que a decisão do juiz Vallisney de Souza Oliveira é soberana.
A defesa do ex-vice governador Tadeu Filippelli informou que ele aguarda o posicionamento do Ministério Público e da Polícia Federal e a decisão do juiz responsável pelo caso. “Em tese, a prisão preventiva termina sábado à meia-noite. Isso deve ser decidido rapidamente”, explicou. De acordo com o advogado de Filippelli, Alexandre Queiroz, o fim da prisão temporária pode ocorrer “a qualquer momento”.
Agnelo Queiroz também espera a decisão do magistrado. O advogado do ex-governador petista, Paulo Guimarães, disse ao blog que, mesmo esgotado o prazo constitucional da prisão temporária, há a possibilidade de Agnelo ainda permanecer na Superintendência da Polícia Federal. “Temos que aguardar a decisão do juiz. Ele pode analisar que essa prisão prossegue, como temporária”, afirmou. Guimarães contou que seu cliente “está sereno”.