À Queima-roupa // Delegado Miguel Lucena
por Ana Maria Campos
Como um criminoso consegue driblar tantos policiais experientes por tantos dias, como tem ocorrido com esse caso do Lázaro Barbosa?
O criminoso levou a polícia para o terreno dele, as veredas que ele conhece. Lázaro ainda está com a energia liberada pelo crime inicial, mas a tendência é perder força e ser preso ou morto.
Você já viu algo parecido?
Vi perseguição parecida na Paraíba. No início dos anos 1990, um bandido conhecido como Focinho de Porco conseguiu fugir da polícia por vários meses. Outro procurado, o Mata Sete, fugiu durante um ano, escapando de vários cercos policiais. Ambos foram mortos em confronto.
Como você avalia que vai ser o desfecho? A polícia vai chegar a ele?
Lázaro deverá ser preso a qualquer momento. Ele não está conseguindo se reabastecer nas fazendas, os próprios moradores estão reagindo e ajudando a polícia. Se ele se mantiver com essa agressividade até o fim, o desfecho poderá ser a morte dele.
Muita gente tem acompanhado o caso e torce pela prisão. Acha que ele quer transformar seus crimes em espetáculo?
Ele não deve estar acompanhando a repercussão, mas parece que gostou de fazer o jogo de aparentemente derrotar a polícia. É a figura do anti-herói e já virou lenda do mal.
Pelo que se apresenta até agora, podemos chamá-lo de serial killer, um psicopata ou criminoso comum?
Embora não seja psiquiatra, arrisco dizer que ele tem conduta de psicopata, estupra e mata sem dó, fugiu com a dona da casa, após matar o marido e os filhos dela, e a assassinou de modo cruel, depois saiu atirando nas pessoas durante a fuga. Um serial killer tem um jeito peculiar de cometer os crimes, não é o caso dele.