Coluna Eixo Capital/Por Alexandre de Paula
O governador Ibaneis está confiante de que, depois da visita de uma comissão à sala de acompanhamento da covid-19 hoje, a decisão da Justiça sobre a liberação do comércio pode ser favorável ao GDF. Na visão do governador, o texto da juíza, que suspendeu, por ora, a liberação de novas atividades, reconheceu ações do GDF na pandemia.
No entanto, não está descartado que a data de reabertura possa ser adiada mais uma vez, por uma semana, e a volta das atividades não ocorra, de fato, no dia 11. Pesa para isso a impressão de parte da equipe do governo de que o comércio não está preparado para a volta.
A decisão oficial a respeito deve ser tomada também a partir da avaliação de estudos da Companhia de Planejamento do Distrito Federal (Codeplan), que serão consolidados nos próximos dias.
Diálogo aberto com a oposição
Ibaneis Rocha recebeu ontem, no Palácio do Buriti, os distritais de oposição Arlete Sampaio (PT) e Fábio Felix (PSol). Eles tiveram acesso a alguns dados sobre o achatamento da curva. Até então, contrários à flexibilização do distanciamento social, os deputados pediram ao governador que qualquer medida de afrouxamento fosse balizada por critérios técnicos.
Ibaneis garantiu a ampliação do número de leitos e afirmou que o hospital de campanha no Mané Garrincha deve estar pronto na semana que vem. Os parlamentares não saíram completamente convencidos, mas a visita abriu uma linha de diálogo e agora há disposição dos oposicionistas para analisar os dados do governo antes de uma nova posição mais firme sobre o tema.
Conflito de interesses
A Segunda Promotoria de Defesa da Saúde, do Ministério Público do Distrito Federal e dos Territórios (MPDFT), instaurou inquérito civil para apurar o acúmulo do cargo de secretário interino de Saúde do DF e presidente do Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do Distrito Federal por Francisco Araújo.
A investigação é tocada pelo promotor Clayton Germano (foto). No entendimento dele, há conflito de interesse sobretudo pois cabe à Secretaria de Saúde supervisionar o IGES-DF. O secretário deve ser ouvido em 12 de maio. Segundo a pasta, Francisco está licenciado do instituto. Para o promotor, no entanto, a licença não é suficiente para afastar os problemas neste caso.
Desgaste
Ao assumir a secretaria nacional de Cultura, a atriz Regina Duarte aceitou correr risco de manchar a biografia conquistada na carreira artística. A empreitada não vem dando certo. Em meio ao impacto cruel da pandemia nas atividades culturais, a classe não se sente acolhida e considera insuficientes as ações tomadas pela dirigente.
Nos últimos dias, a falta de manifestação pública de luto pelas mortes de nomes como Aldir Blanc e Moraes Moreira também foram motivo de críticas. Para piorar, o clima no governo se complicou. Caso não dê uma forte guinada, a atriz sairá do cargo muito menor do que entrou.
Decisão de prefeitos e governadores
Durante a longa sessão da Câmara dos Deputados na terça-feira para debater o projeto de apoio aos municípios durante a pandemia, a deputada federal Flávia Arruda (PL-DF) posicionou-se de maneira enfática contra o item que prevê congelamento dos salários e apresentou emendas contra a medida, que acabou sendo mantida, embora suavizada, pelos parlamentares.“Esta decisão deve ser passada aos governadores e prefeitos que sabem a realidade de cada local, quando e como podem dar reajustes”, defendeu. O texto agora retorna ao Senado Federal.
Prova de vida adiada
O Instituto de Previdência dos Servidores do DF (Iprev-DF) suspendeu novamente a prova de vida para servidores aposentados e pensionistas da administração direta, de autarquias e de fundações locais. A medida é uma garantia de que os benefícios não são pagos indevidamente e previne fraudes.
No entanto, em meio à pandemia do coronavírus, o instituto considerou perigoso manter a avaliação, sobretudo porque o público-alvo é composto majoritariamente por pessoas com mais de 60 anos e, portanto, parte do grupo de risco da covid-19.
Pela suspensão Enem
O deputado federal pelo DF Israel Batista (PV) é autor, com Tabata Amaral (PDT-SP), de um projeto de decreto legislativo que suspende o edital do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) de 2020.
O parlamentar pediu regime de urgência para avaliação da proposta e articula com os colegas para conseguir apoio ao texto. Iniciativas semelhantes também tramitam no Senado Federal.
Só papos
“O relato feito pelo Ministro Moro, em um contexto que, eventualmente, futuramente, venha a se desenhar, pode até vir a configurar um crime. (…) Eu vou aguardar a publicação das outras conversas. (…) No entanto, até o momento, salvo melhor juízo, crime não há.”
Janaina Paschoal (PSL-SP), deputada estadual
“Quem diria que chegaríamos a esse ponto? (…) Agora Janaína Paschoal faz ginástica mental para quem sabe, conforme um desenho no futuro, enxergue hipotético crime do presidente da República, Jair Bolsonaro. É Minority report na veia. 2054 já chegou.”
Bia Kicis (Sem partido), deputada federal pelo DF