Coluna Eixo Capital/Por Ana Maria Campos
A Procuradoria Regional da República da 3ª Região divulgou nota ontem para contestar versão do ex-senador Luiz Estevão de que não teria condições de pagar o valor correspondente à pena de multa, de R$ 8.215.626,70, como parte de sua condenação pelos crimes cometidos durante a construção do Fórum Trabalhista de São Paulo.
Segundo o Ministério Público Federal, o Ministério Público do DF vem tentando cobrar esse montante, mas o empresário pediu em juízo que o pagamento ocorra em 120 parcelas, uma vez que ele não poderia arcar com a pena de uma só vez. Na nota, o MP ressalta que recentes investigações da Operação Lava-Jato em Curitiba desvenderam o envolvimento de Luiz Estevão em transações com obras de arte no valor de R$ 65 milhões, sem emissão de nota fiscal. Pelo menos parte do acervo estaria na casa do empresário no Lago Sul.
Corrupção e lavagem
A descoberta das obras de arte ocorreu durante a Operação Galeria, 65ª fase da Operação Lava-Jato, que resultou em denúncia oferecida pela força-tarefa em Curitiba, contra o ex-senador e ex-ministro das Minas e Energia Edison Lobão (MDB-RN) e o filho dele, Márcio Lobão, pela prática de crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro para encobrir recebimento de propina em contratos com a Transpetro, empresa subsidiária da Petrobras.
Di Calvanti, Volpi, Tarsila…
Na coleção de Luiz Estevão, há sete obras de Antônio Bandeira, sete de Alfredo Volpi, uma de Di Cavalcanti, duas de Alberto da Veiga Guignard, uma de José Pancetti, uma de Ismael Nery e uma de Tarsila do Amaral. O quadro mais valioso listado na denúncia é um Bandeira avaliado em R$ 11 milhões.