À QUEIMA-ROUPA com Bia Kicis, deputada federal (PL/DF) — por Ana Dubeux
A senhora está organizando a lista da manifestação pro Bolsonaro do dia 25, na Paulista, em São Paulo. Como estão os preparativos?
Eu não estou na organização, mas estarei presente. Eu e mais pelo menos 100 deputados, dezenas de senadores, governadores e a população — as pessoas que apoiam o devido processo legal, as liberdades, as garantias constitucionais e que não apoiam as violações que têm sido perpetradas. E, claro, as pessoas que apoiam o ex-presidente Bolsonaro e enxergam que ele, assim como tantos outros, são vítimas de perseguição política.
As lideranças bolsonaristas do DF e Centro-Oeste vão aderir em peso ao protesto?
As lideranças bolsonaristas do DF e do Centro-Oeste estarão em peso. Além do governador de São Paulo, temos o governador de Santa Catarina, temos o governador de Goiás. Eu acredito que outros governadores irão também. Mas temos dezenas de senadores — isso é muito importante –, além de mais de 100 deputados federais, deputados estaduais — muitos estarão presentes também — e lideranças. E o público, as pessoas em geral, que são muito importantes. São aquelas que apoiam o presidente Bolsonaro.
Uns acreditam que será um fiasco, como aquele do pós setembro de 2021, com a chamada carta da rendição; outros apostam no sucesso de público jamais visto na história. Qual o seu prognóstico?
A gente acredita que vai ser um grande sucesso de público. Muito, muito grande. até porque, conversando com pessoas do Brasil inteiro, a gente está vendo pessoas que, ao receberem a convocação do Bolsonaro, imediatamente já compraram a passagem. Então a gente sabe que haverá gente todos os cantos do país, inclusive pessoas que nunca participaram de manifestações, mas que enxergam a gravidade do momento atual. Elas veem que é hora, sim, de ir para rua e de mostrar não só para o Brasil, mas para o mundo — porque vai ter jornalista estrangeiro, vai ter gente de fora de olho no Brasil — o que está acontecendo.
Por que concentrar tudo na Paulista e não mostrar popularidades em outras capitais?
Quanto à questão de concentrar na Paulista, as pessoas não querem fazer manifestação em Brasília, evidentemente. A gente sabe do risco que é fazer manifestação em Brasília, com essas medidas arbitrárias que estão sendo tomadas. Faremos na Paulista para a gente evitar infiltrados. Se você fizer pelo Brasil inteiro, pode ficar descontrolado, você não sabe quem que está fazendo a manifestação, qual a intenção da pessoa… Ali, não. Essa convocação feita pelo Bolsonaro foi iniciativa do Silas Malafaia. E eu acho que a ideia de não levantar cartazes, não levantar faixas é para mostrar que ninguém está indo para agredir ninguém? Não se trata de agredir ninguém. Trata-se de lutar pela liberdade, pelas garantias, pelo devido processo legal e contra abuso de autoridade, violações de direitos fundamentais.
As recentes operações da Polícia Federal foram mais um estímulo para realizar o ato?
As operações da PF, com certeza, são um estímulo para a realização do ato. As pessoas estão vendo uma PF que virou a polícia do Lula, a polícia de um ministro do Supremo. A polícia, ao invés de estar fazendo operações como ela fazia, nos seus tempos de Glória, contra corruptos, agora está se dedicando à perseguição política. Isso nos lembra momentos muito sombrios.
Qual o objetivo do evento? A decisão de não atacar adversários foi de quem?
O objetivo do evento é mostrar para o Brasil e para o mundo o momento que nós estamos vivendo do Brasil. Sem democracia, sem respeito às leis. E pretendemos mostrar que o presidente Bolsonaro tem o apoio maciço da população — porque não é isso que a mídia mostra para o mundo. Parece que o Bolsonaro seria quase que irrelevante, uma pessoa criminosa — que ele não é. A gente quer mostrar também que também que o povo não acredita nessa história de golpe. Está muito claro para a população. As pesquisas mostram que menos de 20% da população acredita em golpe. Mas fica a mídia, ficam algumas autoridades e esse governo querendo criar narrativa — a gente viu o Lula falar que o importante é criar narrativa. Mas ninguém está caindo nessa narrativa. O recado do povo na rua é: nós não somos bobos, nós não acreditamos nessa narrativa. Nós sabemos que não teve tentativa de qualquer coisíssima nenhuma. Nòs apoiamos o presidente Bolsonaro e nós queremos respeito às leis e à Constituição.
A frase infeliz do presidente Lula que o tornou persona non grata em Israel pôs mais lenha na fogueira?
Eu aposto que o comportamento desastroso de Lula na política internacional e com relação a Israel — é o primeiro o presidente brasileiro a ser persona não grata pelo Estado de Israel, olha que vexame — também vai fazer com que mais pessoas vão às ruas. As pessoas querem o impeachment do Lula. Nós, parlamentares, estamos já providenciando pedindo o impeachment do Lula. Isso vai fazer com que essa manifestação fique ainda mais quente, mais gigante e melhor. Lembra do tempo do Bolsonaro? Ele não podia falar nada que era o pária, era isso e aquilo. Quem é o verdadeiro pária? Quem é aquele que envergonha essa nação? A gente quer ver também a mídia mostrar o que está acontecendo. O que o povo brasileiro acha disso?
A senhora espera uma resposta das ruas, então.
O número gigantesco de pessoas nas ruas vai mostrar isso, e ninguém vai poder esconder. A gente vai ter até drone para mostrar as pessoas na rua. Não adianta dizer que são 8 mil pessoas, 15 mil pessoas. Não adianta parte da mídia querer dizer isso. Nós vamos botar centenas de milhares de pessoas na Paulista. Aguardem, vocês vão ver.