Leila do Vôlei defende CPI da Lava-Toga: “Missão do Congresso é fiscalizar”

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Helena Mader
Ana Maria Campos

A senhora chegou ao Senado em meio à confusão para a eleição do presidente. Ficou surpresa com os embates no plenário?

Sim, com certeza. Todos esperavam uma sessão com debates intensos, mas, naqueles dois dias, fiquei surpresa com a postura de alguns parlamentares que tentaram atrapalhar a sessão. Inclusive, em alguns momentos, no calor dos acontecimentos, exageraram nas atitudes para tentar fazer prevalecer sua tese. A confirmação de que havia um voto a mais na primeira apuração também foi um choque. Foi por isso que eu e outros senadores nos reunimos rapidamente para ajudar a organizar o processo para uma nova votação. Tínhamos que mostrar à sociedade que éramos capazes de concluir a eleição com lisura e sem mais nenhuma reviravolta.

Por que a senhora votou no Reguffe?

Fui eleita em um pleito que foi marcado pela renovação. Votei no Reguffe porque ele fez um discurso defendendo um Senado com ações mais transparentes. Eu prezo muito a moralidade e a ética em tudo o que faço e as minhas escolhas no parlamento serão pautadas por esses princípios. Neste ponto, acredito que as minhas ideias são convergentes com as do senador Reguffe.

Com tantos políticos experientes no Congresso, vai ser difícil marcar posição?

Entendo que marcar posição é defender suas ideias. E defenderei as minhas da mesma forma que sempre defendi o Brasil nas quadras pelo mundo afora. Fui eleita para construir e debater leis que, efetivamente, promovam mudanças na vida das pessoas.

A senhora assinou o requerimento para instalação da CPI da Lava-Toga. Acha que é preciso dar mais transparência ao Judiciário?

Respeito o Poder Judiciário e valorizo o seu trabalho. Mas é missão do Congresso Nacional fiscalizar. O objetivo desta CPI é analisar eventuais condutas inadequadas por parte de algum magistrado. É importante ressaltar que esse é um movimento suprapartidário e que conta com o amplo apoio da população.

Já avaliou o pacote anticrime do ministro Sergio Moro? Qual é a sua opinião?

Sou a favor de qualquer medida de combate ao crime organizado, à corrupção e à impunidade. Preocupa-me o fato de o pacote estar focado na repressão. Não podemos nos esquecer de outra medida essencial anticrime, que é investir na prevenção, oferecendo aos jovens educação de qualidade, saúde, cultura e esporte. Em geral, as medidas apresentadas por Sergio Moro são positivas e serão ponto de partida para tornar mais severas as penas para crimes hediondos e do colarinho-branco.

E a reforma da Previdência? O que acha da idade mínima para aposentadoria de 62 anos para mulheres e 65 para homens?

A reforma da Previdência é necessária e, por se tratar de um assunto sensível à população, é preciso debate e transparência. Sou a favor de que haja diferença entre as idades mínimas entre homens e mulheres. A minha maior preocupação é não penalizar os trabalhadores que estão no mercado contribuindo com a previdência social, principalmente os contribuintes mais pobres. Antes de assumir uma posição definitiva, preciso conhecer o texto que será encaminhado ao Congresso. A princípio, precisaremos encontrar um equilíbrio entre a idade mínima proposta e a regra de transição. Entendo que o prazo para que os contribuintes possam se aposentar antes da idade mínima prevista pela proposta precisa ser flexível.

Qual vai ser seu foco no Senado?

Estou participando de sete comissões no Senado e sei que posso dar a minha contribuição. Manterei o foco nos debates que promovam melhorias na educação, principalmente nos ensinos básico e médio, e nas pautas que envolvem o combate à violência contra a mulher. Claro que o esporte também será prioridade, pois gera cidadania, ensina disciplina, promove valores como a ética e oferece oportunidades. O meu primeiro projeto de lei é para proteger as mulheres nos ambientes de prática esportiva, não só as torcedoras, mas também as profissionais que vão às arenas. Ao lado dos meus colegas da bancada do DF, ajudarei a promover o desenvolvimento sustentável de Brasília e das regiões administrativas, propondo e debatendo soluções para impulsionar e diversificar a nossa economia, com atenção à economia criativa e às políticas públicas que reduzem as desigualdades regionais.

Ana Maria Campos

Editora de política do Distrito Federal e titular da coluna Eixo Capital no Correio Braziliense.

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