DA COLUNA EIXO CAPITAL
Acaba de sair uma importante sentença decorrente das delações da Operação Caixa de Pandora. Fabiani Christine Silva, ex-mulher de Durval Barbosa, foi condenada a cinco anos de prisão, em regime semiaberto, por lavagem de dinheiro. A 5ª Vara Criminal de Brasília concluiu, no fim de julho, que Durval e Fabiani usaram pelo menos R$ 650 mil de dinheiro de propina, desviado de contratos públicos, para montar a Dot Paper, que funciona no Centro Comercial Gilberto Salomão, no Lago Sul. Durante a ação, ficou comprovado que Durval pagou R$ 252 mil pelos aluguéis em dinheiro vivo por dois anos de locação da loja. Uma arquiteta também contou ter recebido R$ 90 mil em espécie para realizar o projeto de reforma da papelaria de luxo. A investigação do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) revelou várias falhas na contabilidade da empresa da ex-mulher de Durval. Fabiani poderá apelar à segunda instância, em liberdade. No processo, ela negou as acusações e disse que montou a loja com recursos dos pais.
Perdoado
Na mesma ação em que Fabiani Christine foi condenada, Durval Barbosa recebeu o perdão judicial pelos mesmos crimes de lavagem de dinheiro cometidos pela ex-mulher. Para a juíza Ana Cláudia de Oliveira Costa Barreto, da 5ª Vara Criminal de Brasília, os depoimentos do delator da Operação Caixa de Pandora foram imprescindíveis para o esclarecimento de vários crimes e de recuperação de dinheiro desviado. A magistrada ainda avaliou que a colaboração foi “espontânea e eficaz”.
Imobiliária
Na sentença sobre lavagem de dinheiro na Dot Paper, uma curiosidade que ficou mantida sob sigilo, assim como a ação que tramita em segredo de Justiça: Durval Barbosa era dono de uma imobiliária, da qual detinha 51% das ações.
No olho do furacão
O promotor de Justiça Eduardo Gazzinelli, autor das ações por lavagem de dinheiro desviado por Durval Barbosa, do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) hoje trabalha na equipe do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, no olho do furacão de várias investigações federais. Para desvendar o esquema de Durval, Gazzinelli precisou estudar contabilidade. Conhecimentos que agora devem ser muito bem aproveitados.