O laudo do Instituto de Criminalística (IC) da Polícia Civil do Distrito Federal aponta que o desabamento do trecho do viaduto da Galeria dos Estados, no Eixão Sul, em fevereiro, ocorreu pela progressão de danos, devido à ausência de uma intervenção eficaz na estrutura “quando ela apresentou sinais de estados limites de serviço ao longo da vida útil”.
O documento será encaminhado à Coordenação de Combate ao Crime Organizado, aos Crimes contra a Administração Pública e contra a Ordem Tributária (CECOR). A intenção é apurar se houve culpa ou dolo eventual de gestores públicos responsáveis pelo patrimônio público.
De acordo com os peritos da corporação, não foram encontrados “vestígios materiais que indicassem serviços de manutenção recentes para corrigir as principais patologias”. Em razão da falta de cuidados e do contato com infiltrações ao longo dos anos, houve corrosão do aço da armadura, localizado no pilar P7, o qual cedeu.
O laudo destaca que as deteriorações do bloco de 7,3 metros de largura e 22,8 metros de comprimento seriam facilmente identificadas por profissionais habilitados, “não havendo que se falar em vício oculto”.
Os peritos ainda acenderam o sinal de alerta sobre a possibilidade de outros desmoronamentos. “Impende enfatizar que o risco de desabamento do que restou do viaduto deve ser rigorosamente considerado, bem como a condição e estabilidade de outros trechos do viaduto, devendo ser providenciada imediata atuação das autoridades competentes no sentido de promover a segurança do local”.
Em paralelo, para verificar se houve improbidade administrativa, tramita um inquérito civil público conduzido pelos sete promotores de Justiça que atuam nas Promotorias de Defesa do Patrimônio Público e Social (Prodeps) do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT).