A Justiça anulou a validade do depoimento prestado pelo delator da Operação Caixa de Pandora, Durval Barbosa, no mês passado. O ex-secretário de Relações Institucionais do GDF foi ouvido oficialmente durante uma audiência judicial, realizada no último dia 18, que durou mais de oito horas. Perante o juiz da 7ª Vara Criminal, Paulo Carmona, Durval havia reafirmado as denúncias feitas durante a delação, como a suposta arrecadação de propina para a campanha do ex-governador José Roberto Arruda.
A audiência foi anulada porque, graças a um erro no sistema de informática, o aparelho que registra todos os depoimentos falhou. Os advogados dos réus da ação questionaram a ausência da gravação do depoimento e alegaram que a oitiva “estava incompleta e com defeito”. “Ante a confirmação do erro de gravação, determinei que a Empresa Kenta, responsável pelo sistema DRS de gravação audiovisual do TJDFT, apresentasse um relatório circunstanciado do que efetivamente ocorreu, a fim de aquilatar a possibilidade de recuperação da gravação e para tentar corrigir o defeito. A referida empresa apresentou um relatório de análise preliminar, comunicando a impossibilidade de recuperação da gravação e informando que o erro de gravação ocorreu por uma possível instabilidade do hardware”, justificou o juiz Paulo Carmona.
Ele comunicou o fato à Corregedoria de Justiça e ao Diretor-Geral do TJDFT, que determinaram abertura de processo administrativo para apuração dos fatos e a troca dos equipamentos. “Deste modo, comunico às partes que, infelizmente, a longa oitiva do delator, Durval Barbosa Rodrigues, ocorrida no dia 18 de fevereiro de 2016, em audiência que teve início às 14h e término às 22h, foi perdida e terá que ser novamente realizada”, acrescentou o magistrado. O juiz marcou a nova oitiva para 27 de abril.