por Ana Maria Campos
Como relator, o senhor fez o meio de campo na discussão do projeto de lei do Mandante. Quem ficou feliz e quem não gostou?
É importante reforçar que esse projeto vai possibilitar uma maior visibilidade dos pequenos clubes. Mas a gente tem que destacar também a questão das torcidas. A partir do momento que o projeto for sancionado, as torcidas poderão, em curto prazo de tempo, assistir jogos não mais em apenas uma emissora de televisão, mas, sim, na tevê fechada e em diversas plataformas. Muitos clubes gostariam de ter mais liberdade em relação às emissoras que detêm a exclusividade da transmissão. Foi um texto construído com muito diálogo e que vai beneficiar o futebol brasileiro como um todo.
O que muda com a nova lei?
É um projeto que traz a liberdade para os clubes e vai possibilitar uma maior concorrência entre as emissoras. A proposta respeita os contratos existentes, porém aqueles clubes que não têm contrato com emissoras, logo após a sanção poderão vender seus jogos, e assim ter a lucratividade esperada. É a possibilidade real do clube mandante poder vender seus jogos para qualquer tipo de plataforma, ou seja canal aberto ou fechado, streaming e com certeza arrecadar recursos bem maiores.
Para o torcedor, quais são os benefícios?
O projeto oferece ao torcedor a alternativa de poder acompanhar os jogos em diferentes tipos de plataformas, além das tevês aberta e fechada.
Há vantagens para os grandes clubes do futebol brasileiro, mas e os pequenos times?
Esse projeto chega para tentar equilibrar as vantagens para os clubes pequenos. Se citarmos como exemplo um jogo entre Cuiabá x Flamengo, onde o Cuiabá poderá vender o seu jogo, o clube vai conseguir uma renda que nunca imaginava ter ao longo desses campeonatos. Se ele estivesse dentro do pacote, apenas receberia uma participação do jogo. Com o projeto ele acaba sendo o ator principal. Isso vai acontecer todas as vezes que ele for o mandante e jogar com times fortes. Claro que os grandes times continuarão ganhando, mas os clubes pequenos são os maiores interessados.
Quando a gente pensa em futebol e pandemia, há o risco de contaminação. A Copa América trouxe novas cepas do coronavírus para o Brasil. Mesmo assim, valeu a pena receber a competição?
O país ainda está em alerta em relação à pandemia. Mas também temos que reconhecer que o ambiente pelo qual houve a liberação dos jogos foi um ambiente que seguiu todos os protocolos de segurança. Além do mais, a Copa América também ajudou a fomentar a economia do nosso país.
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