Ibaneis deve assumir Presidência nacional do MDB
Quem achou que o governador Ibaneis Rocha levaria o comando regional do MDB se enganou. Ele tem projetos mais altos. Entrou na política para valer. Está na disputa pela Presidência nacional do partido. A nova executiva deve ser escolhida entre março e abril, com antecipação do fim dos mandatos que terminariam em setembro. O governador do DF tem o apoio dos ex-presidentes Michel Temer e José Sarney, do ex-senador Romero Jucá e de outros caciques da legenda.
Aproximação
Ibaneis Rocha esteve ontem no Senado para conversar com os novos senadores. Aproveitou o momento de Casa cheia com os debates e colocou o Governo do DF à disposição. Uma aproximação. Vai precisar de apoio no Congresso.
Bandeiras rejeitadas pelo Senado
O senador José Antonio Reguffe (Sem Partido/DF) esteve distante da campanha eleitoral, mas retornou à segunda etapa de seu mandato com a defesa contundente de suas bandeiras. Candidatou-se à Presidência do Senado, sem nenhuma chance de vitória, até pelas suas propostas, que representam o fim de vários privilégios do colégio eleitoral. Mas, em seu discurso de candidato, Reguffe defendeu mudanças. “O Senado não pode ser um clube. É uma das Casas mais caras do mundo”, afirmou. Defendeu o fim dos salários extras, da verba indenizatória, do plano de saúde vitalício, da aposentadoria especial e dos carros oficiais. Também sugeriu a redução do número de assessores e da verba de pagamento para servidores do gabinete. Ele propôs também que cada senador possa pautar um projeto de sua autoria e, caso eleito, prometeu dar prosseguimento a pedidos de impeachment de ministros do STF, desde que haja “consistência e substância” nas acusações. Não tinha nenhuma chance de conquistar o voto da maioria dos colegas. Mas, na enquete pelo Facebook lançada pelo senador Jorge Kajuru (PSB/GO), Reguffe estava bombando ontem. Na prática, Reguffe conquistou seis votos no plenário.
Teste para a base governista
Com o início dos trabalhos da Câmara Legislativa, começa para valer o governo de Ibaneis Rocha. O chefe do Executivo precisa aprovar projetos como o que permite a renegociação de dívidas, a criação de novas regiões administrativas, alterações nas alíquotas de impostos. Algumas matérias exigem 16 votos para aprovação. Agora, é a hora de testar a base governista.
Declaração de voto
O senador Izalci Lucas (PSDB/DF) anunciou que, qualquer que fosse a decisão sobre a votação para a presidência do Senado, abriria sua posição. Declarou voto em Davi Alcolumbre (DEM/AP), o senador que tentou a todo custo emplacar o voto aberto para derrotar Renan Calheiros (PMDB/AL).
Brechas para a democracia
O veto do ex-governador Rodrigo Rollemberg (PSB) ao projeto que cria regras para eleições diretas para administradores regionais ficou parado quase um ano na Câmara Legislativa. Foi derrubado em dezembro numa articulação do autor da proposta, o deputado Chico Vigilante (PT). “Como vários deputados não se elegeram e não tinham mais interesse em indicar administradores, consegui os votos para derrubar o veto”, conta. O projeto foi promulgado pela Câmara Legislativa na última sexta-feira e, agora, é lei.
Nova Leila
Na campanha, era Leila do Vôlei. Mas, no mandato, a nova senadora do DF vai adotar o sobrenome.
É Leila Barros.
Reforço
O ex-secretário de Planejamento, Orçamento e Gestão Renato Brown vai compor a equipe da senadora Leila Barros (PSB/DF). Brown é consultor legislativo do Senado na área de Orçamento.
Inimigos empatados
Com a filiação da deputada Bia Kicis ao PSL, oficializada na última sexta-feira, a bancada do partido do presidente Jair Bolsonaro na Câmara dos Deputados chegou a 55 parlamentares. Mesma quantidade de deputados petistas.
Críticas ao Nota Legal
Uma portaria assinada pelo secretário de Fazenda, Planejamento, Orçamento e Gestão, André Clemente, mostra que o clima entre o atual e o governo anterior é de embate real. Depois de anunciar o rombo de R$ 7,7 bilhões herdado — considerando R$ 4 bilhões relacionados aos reajustes dos servidores públicos —, Clemente prorrogou para a próxima sexta-feira o prazo para indicações do Nota Legal, com críticas no Diário Oficial. Num dos pontos, justifica: “considerando o descrédito da população no Programa Nota Legal, fruto da inoperância e do sucateamento dos sistemas informatizados que dão suporte ao programa”.a
Com ou sem emoção?
Com o barraco no Senado para a eleição da Mesa Diretora, a disputa pela Presidência da Câmara Legislativa no primeiro dia do ano pareceu um acordo de cavalheiros. Mas já houve momentos de tensão entre deputados distritais. Na vitória de Joe Valle (PDT), em 2017, a mudança de voto de Robério Negreiros (PSD) na última hora alterou o placar, e Agaciel Maia (PR), apoiado por Rodrigo Rollemberg (PSB), foi derrotado. Em 2005, deputados que apoiavam Fábio Barcellos precisaram ficar escondidos numa casa, sem comunicação para evitar a pressão de Joaquim Roriz, que queria Pedro Passos na Presidência
da Casa. a
Mandou bem
Para prevenir tragédias como a de Brumadinho, o GDF pediu à CEB estudo sobre a Barragem do Lago Paranoá. Laudo apontou que a estrutura é segura. Mesmo assim, o tráfego de caminhões de carga será proibido.
Mandou mal
Executivos da Vale disseram que o alarme de alerta da mina Córrego do Feijão não foi acionado devido à velocidade com que ocorreu o desmoronamento. Sirenes poderiam ter salvado vidas.
Na sala de Justiça
Os promotores de Justiça Leonardo Bandarra e Deborah Guerner devem estar de olho em dois julgamentos. O do TRF da 1ª região, suspenso na semana passada por um pedido de vista, em que são acusados de concussão, violação de sigilo funcional e formação de quadrilha, e o do STF, marcado para abril, que volta a discutir a execução da pena logo após condenação em segunda instância. No TRF, há quatro votos pela condenação dos dois promotores denunciados por extorsão ao ex-governador José Roberto Arruda com os vídeos de Durval Barbosa. A chance de serem presos é real.
Só papos
“O seu trabalho é desmontar a educação com projetos estaparfúrdios, negando toda a nossa tradição. Deveria voltar para a Colômbia. O senhor não é conservador. É atrasado”
Teólogo e escritor Leonardo Boff
“Leonardo Boff, volte para a Coreia do Norte, que é o único lugar em que esse marxismo-leninismo de botequim
ainda é consumido”
Ministro da Educação, Ricardo Vélez
À QUEIMA-ROUPA
Deputada federal Paula Belmonte (PPS/DF)
Por que você decidiu ser deputada federal?
Para contribuir no processo de renovação da política. O povo cansou de tudo o que viu nos últimos anos. A decisão de entrar para a política veio depois de um drama pessoal, que despertou em mim o desejo de trabalhar, especialmente pela infância e pela educação.
É um projeto de família, já que seu marido é o suplente do senador Izalci Lucas?
Não diria que é um projeto de família. Mas um objetivo comum. Estamos imbuídos do mesmo espírito de colaboração com a sociedade. Decidimos fazer nossa parte por Brasília e pelo Brasil.
Qual é a sua posição em relação ao governo Bolsonaro? Oposição ou base?
O Brasil vive um novo momento e temos que torcer para que tudo dê certo. O que for do interesse da sociedade, e não de grupos terá meu apoio.
A senhora é a favor do projeto Escola sem Partido?
A escola deve ser um ambiente democrático e plural, onde alunos, pais e professores sejam ouvidos e respeitados. No entanto, não deve haver instrução ideológica e o conteúdo curricular tem que ser preservado.
E da liberação de posse de armas, como estabeleceu o decreto do presidente Bolsonaro?
Sou pela paz, sempre. Não acho que armar a população seja o caminho para a paz.
Qual vai ser sua bandeira?
Na realidade, são quatro prioridades: criança, educação, estímulo ao empreendedorismo e fiscalização dos gastos públicos.
Do que o DF mais precisa neste momento?
De união de todos para tirar nossa cidade do estado em que mergulhou nos últimos 10 anos, e que, infelizmente, prejudicou as pessoas menos favorecidas, justamente as que mais precisam do
governo.
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