Coluna Eixo Capital, por Ana Maria Campos
Governo e parlamentares do Centrão vão trabalhar para desmoralizar e desacreditar a denúncia do deputado Luís Miranda (DEM-DF) de pressão exercida por integrantes do Ministério da Saúde para a compra da vacina indiana Covaxin, produzida pela Bharat Biotech. A narrativa dos governistas é de revanchismo por parte de Miranda por ter sido preterido pelo presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), na indicação da Presidência da Comissão Especial da Reforma Administrativa e de participação na Mesa Diretora da Câmara. O deputado será alvo de um bombardeio, assim como seu irmão Luís Ricardo Miranda, que é chefe de importação do Departamento de Logística do Ministério da Saúde. O secretário-geral da Presidência da República, Onyz Lorenzoni, anunciou que a Controladoria-Geral da União (CGU) vai instaurar um Processo Administrativo Disciplinar (PAD) contra Luís Ricardo, que é servidor concursado. A Polícia Federal vai apurar suposta fraude por parte de quem denuncia. Na Câmara, fala-se até em cassação de mandato de Luís Miranda. Mas antes o governo terá de provar que não houve corrupção ou uma ingerência com interesses escusos num contrato que poderia custar R$ 1,6 bilhão para a aquisição de doses de uma vacina aprovada com restrições pela Anvisa. Detalhe: Luís Miranda sempre foi aliado de Bolsonaro e trabalhou pela eleição de Lira na presidência da Câmara.
Detalhes suspeitos
Um dos detalhes que chama a atenção na denúncia feita pelos irmãos Miranda é a Invoice emitida em nome da empresa Madison Biotech, que sequer era parte no negócio, no valor de U$ 45 milhões — R$ 240 milhões — para a compra de 300 mil doses da Covaxin. O pagamento seria feito de forma antecipada.
Pixuleco
Luís Miranda afirma que conversou com o general Eduardo Pazuello dias antes da demissão dele no Ministério da Saúde. Disse que algo grave estava ocorrendo no processo para compra de vacinas. Pazuello teria olhado bem nos seus olhos e dito que provavelmente estaria fora do governo em poucos dias, justamente porque não se prestou a pagar “pixulecos”, ou seja, propina.
Ameaça
Luís Miranda encarou como uma ameaça o pronunciamento de Onyx Lorenzoni, que, aliás, segundo ele, foi avisado da suposta pressão para a compra das doses da vacina Covaxin. “Em uma tentativa clara de coagir a mim e a meu irmão, o ministro Onyx mostra despreparo e desespero diante da gravidade dos fatos anunciados”, postou o deputado no Instagram.
Carinho
O deputado Hiran Gonçalves (PP-RR), médico e aliado do ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, ligou, ontem, para o deputado Luís Miranda (DEM-DF), por volta de 18h30, para uma aproximação. Começou dizendo: “Oi amigo! Tudo bom? Rapaz, você está na mídia internacional!”. E completou: “Estou ligando para entender, cara. Porra, tenho o maior carinho por você”.
Pressão
Sobre pressões para evitar o depoimento à CPI da Covid, o deputado federal Luís Miranda (DEM-DF) disse: “Ninguém é louco. Eu sou kamikaze. Se alguém falar isso pra mim, eu falo também na CPI”.
Em missão do Ministério da Saúde
O servidor do Ministério da Saúde Luís Ricardo Miranda chega amanhã dos Estados Unidos e deve ir direto do aeroporto para o plenário da CPI da Covid. Ele está em Fort Lauderdale, na Flórida, em missão do governo para trazer ao Brasil 3 milhões de doses da Janssen.
Deputados do Centrão estão em festa com a demissão de Ricardo Salles do Ministério do Meio Ambiente. Agora, começa a briga pela indicação.
Precisa investigar
A empresa Precisa Comercialização de Medicamentos, que intermediou a negociação com o Ministério da Saúde para compra das vacinas Covaxin, foi investigada na Operação Falso Negativo, conduzida pelos promotores do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT). A investigação tinha chegado longe, mas foi suspensa pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ), que enviou o caso para a Justiça Federal.
A pergunta que não quer calar….
Onde está o criminoso Lázaro Barbosa?
Só papos
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