Gilmar Mendes chora ao comentar sobre os “invisíveis” no auxilio-emergencial

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Coluna Eixo Capital/Por Ana Maria Campos

A situação do país está mesmo de chorar. Só isso justifica as lágrimas de um magistrado acostumado com embates duros. Durante uma intervenção ontem à noite no curso de mestrado e doutorado do IDP, o ministro Gilmar Mendes, do STF, embargou a voz. Era uma aula do ministro aposentado Carlos Ayres Britto na disciplina “Problemas Constitucionais Contemporâneos”. Ayres Britto discorria sobre os direitos sociais em tempos de crise, quando Gilmar chorou ao falar das pessoas invisíveis no Brasil, que sequer tem CPF e não podem receber o benefício de R$ 600 estabelecido pelo governo. Havia mais de 200 alunos acompanhando pela plataforma Zoom. Pediu desculpas à turma e foi aplaudido on-line.

Mil casos de Covid-19

O DF ultrapassou mil casos de infecção pelo novo coronavírus. Esse é o número projetado pela equipe da Secretaria de Saúde para o pico da pandemia na capital, que deveria ser atingido em 30 de abril, daqui a uma semana. No boletim de ontem, já havia o registro de 1.085. Em média, o crescimento é de 2,5% por dia, segundo a Secretaria de Saúde. Mas os números estão subindo com a testagem em massa, iniciada há três dias. Em média, 1% dos que enfrentaram a fila nos drive-thru para se submeterem a exames testa positivo. Se o percentual for esse mesmo, temos que considerar que o patamar de infectados pode chegar a 28 mil, numa população superior a 2,8 milhões de habitantes. Muitos estão assintomáticos e a maioria tem infecções leves. Mas o número de mortes pode subir. Hoje são 26.

Trabalho de risco

Quase 20% dos infectados no DF são trabalhadores das áreas de saúde e segurança. Segundo o penúltimo boletim da Secretaria de Saúde, dos 968 casos confirmados com o novo coronavírus, 687 informaram a profissão. Desses, 96 (10% do total) declararam serem profissionais de saúde e 82 (8,5%), da segurança pública.

Sem indicações?

“Não quero indicar ninguém neste governo”, afirma o governador Ibaneis Rocha, garantindo que não conversou nesta semana com o presidente Jair Bolsonaro sobre a troca no comando da Polícia Federal (PF) aventada ontem.

O tempo não para

Toda vez que se fala em troca na direção-geral da Polícia Federal, o delegado Anderson Torres aparece na bolsa de apostas. O secretário de Segurança Pública do DF é amigo dos filhos do presidente Jair Bolsonaro e durante oito anos trabalhou no gabinete do ex-deputado federal, agora estadual, Fernando Francischini. Mas na PF a avaliação é de que o momento de Anderson na chefia da instituição passou.

Troca nos comandos e na base

Com a secretaria de Desenvolvimento Social sob a batuta da primeira-dama Mayara Noronha, o governador Ibaneis Rocha trocou vários cargos de chefia na pasta. Muitos servidores comissionados ligados à deputada Flávia Arruda (PL-DF) foram exonerados para dar lugar à nova equipe.

Recursos de assistência parados poderão ser usados na pandemia

A Câmara dos Deputados aprovou, ontem, projeto, de autoria da deputada Flávia Arruda (PL-DF), que resgata recursos parados nos Fundos de Assistência Social. São saldos do Ministério da Cidadania que chegam a R$1,5 bilhão. Esses recursos deixaram de ser empregados muitas vezes por falta de projetos ou excesso de burocracia nos estados e municípios e retornaram para a União.

O projeto flexibiliza a utilização dos saldos, possibilitando que os gestores os utilizem em qualquer ação dentro das atividades da assistência e relacionadas ao combate ao novo coronavírus. As ações podem incluir distribuição de cestas básicas, acolhimento de pessoas em situação de rua, contratação de profissionais, capacitação e até mesmo auxílio funerário. No DF, o valor estimado ultrapassa R$ 20 milhões.

Só papos

“Este, talvez, seja o primeiro gesto para voltarmos à normalidade aqui no Brasil. Não está batido o martelo ainda. É o primeiro passo, mas os pais estão com medo, o que é natural, gradual, para voltarmos à normalidade”

Presidente Jair Bolsonaro, sobre a abertura das escolas militares na próxima segunda-feira (27/4)

“Liberar as escolas agora é uma irresponsabilidade, quase uma bomba biológica. As atividades devem voltar aos poucos, seguindo dados técnicos. Nunca começar pelas escolas, o que vai gerar um crescimento exponencial do contágio. É preciso responsabilidade e serenidade nesse momento!”

Senador José Antônio Reguffe (Podemos-DF)

Ana Maria Campos

Editora de política do Distrito Federal e titular da coluna Eixo Capital no Correio Braziliense.

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