Fogos no STF derrubam comando da PM

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ANA MARIA CAMPOS

RENATO SOUZA

A ação de remoção de manifestantes bolsonaristas na Esplanada dos Ministérios e a omissão diante dos fogos de artifício dirigidos ao Supremo Tribunal Federal (STF) acabaram resultando em uma crise na Polícia Militar do DF.

O governador Ibaneis Rocha (MDB) exonerou nesta manhã de domingo (14/06) o subcomandante-geral da PM, Coronel Sergio Luiz Ferreira de Souza, responsável pelo comando geral neste fim de semana.

Toda a ação de ontem (13/06) de desmonte dos acampamentos dos “300 pelo Brasil“ e do QG Rural causou controvérsia. Se por um lado, houve reclamações de uso de spray de pimenta diretamente voltado para manifestantes e para ativistas que rezavam ajoelhados, por outro, houve constrangimentos entre oficiais pela postura do comando da ação de não dar voz de prisão à líder do movimento, Sara Winter.

Ela xingou e gritou com PMs. Agiu com agressividade, como se esperasse uma reação, segundo avaliação de policiais militares. Mas não foi incomodada.

À noite, manifestantes fizeram um protesto, soltando fogos de artifício em direção ao STF, com críticas, ameaças e xingamentos a ministros. O presidente do STF, Dias Toffoli, ligou para Ibaneis preocupado e indignado pela situação.

Em nota, Toffoli afirmou: “O Supremo jamais se sujeitará, como não se sujeitou em toda a sua história, a nenhum tipo de ameaça, seja velada, indireta ou direta e continuará cumprindo a sua missão”.

Guardião da Constituição
E o presidente do STF acrescentou: “Guardião da Constituição, o Supremo Tribunal Federal repudia tais condutas e se socorrerá de todos os remédios, constitucional e legalmente postos, para sua defesa, de seus Ministros e da democracia brasileira”.
O ato também foi dirigido contra Ibaneis. Ao acender os fogos, um dos bolsonaristas afirmou: “Essa daqui vai para o senhor Ibaneis Rocha, pela covardia que o senhor fez hoje com os acampamentos”.

A crise na PM tem potencial para virar descontrole porque a corporação é majoritariamente bolsonarista. Um novo comandante precisa ter pulso e controle da tropa, sem partidarismos, enquanto a família do presidente Jair Bolsonaro apóia os manifestantes.

Depois do ato no STF, a Polícia Militar divulgou uma nota em que aponta não ter visto nada de grave na ação dos 300.

Veja o vídeo do manifestante ao acender os fogos de artifício: “Segundo informações cerca de 30 pessoas realizaram um culto na praça, por volta de 21h, e após o término soltaram alguns foguetes. Logo após, entraram em um ônibus e se retiraram do local.”

Veja a provocação da líder dos “300 pelo Brasil”:

Ana Maria Campos

Editora de política do Distrito Federal e titular da coluna Eixo Capital no Correio Braziliense.

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