Flávio Dino vai doar indenização de R$ 1,2 milhão por falha no atendimento médico que causou morte do filho

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ANA MARIA CAMPOS

O ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF), divulgou uma mensagem emocionada nas redes sociais sobre a conclusão de um processo movido contra o Hospital Santa Lúcia, em Brasília. O caso transitou em julgado depois de 13 anos de tramitação, com a condenação da unidade médica ao pagamento de uma indenização no valor de R$ 1,274 milhão por erro médico no atendimento do filho do magistrado, Marcelo Dino, que tinha o apelido de Peixinho. Então com 13 anos, ele morreu em decorrência de uma crise de asma.

Dino afirma que toda a indenização — R$ 637 mil para ele e o mesmo valor para Deane Fonseca, a mãe de Marcelo, será doada. “A ‘indenização’ que foi paga por essa gente não nos interessa e será integralmente doada. O que importa é o reconhecimento da culpa do hospital. Espero que essa decretação de responsabilidade tenha resultado no fim dos péssimos procedimentos do hospital Santa Lúcia, que levaram à trágica e evitável morte de uma criança de 13 anos”, afirmou o ministro em seu perfil pessoal no Instagram.

Marcelo, que hoje teria 27 anos, morreu em 14 de fevereiro de 2012. O menino deu entrada no hospital com crise de asma e foi internado na UTI. Ele passou a noite hospitalizado e de manhã teve uma parada cardíaca. Flavio Dino e Deane processaram o hospital alegando que houve demora no atendimento porque a médica abandonou o posto da UTI e uma crise de asma banal acabou tirando a vida do garoto. Eles fizeram também uma representação criminal contra a médica. Mas ela foi inocentada.

Na postagem sobre o processo, Dino afirmou: “Conto essa triste história para que outras famílias, também vítimas de negligências profissionais e empresariais, não deixem de mover os processos cabíveis. Nada resolve para nós próprios, mas as ações judiciais podem salvar outras vidas”.

Dino também disse esperar que o Congresso aprecie projeto de lei de autoria dele, quando era senador (PL 287/2024), obrigando a avaliação periódica da qualidade dos hospitais. “Muitas vezes os hospitais investem mais em granitos, vidros espelhados, belos prédios, do que na qualidade dos seus profissionais e no respeito aos pacientes”, ressaltou.

Apaixonado pelo filho, Flávio Dino aproveitou o momento para uma homenagem ao Peixinho e aos amigos do menino. “Meu filho Marcelo era forte, adorava brincar, jogava bola muito bem, todos os dias. Amava a sua escola, o Flamengo, o seu cachorro Fred (que já se foi), a sua guitarra, que dorme silenciosa no meu armário”, registrou o ministro do STF.

O Hospital Santa Lúcia foi procurado pela reportagem, mas ainda não se pronunciou.

Ana Maria Campos

Editora de política do Distrito Federal e titular da coluna Eixo Capital no Correio Braziliense.

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