Fayed Traboulsi foi condenado este ano por suprimir informações do imposto de renda de duas empresas, a Trust Factoring Fomento Comercial e a Fayed Viagens e Turismo. Na declaração, as firmas não tinham nenhum registro de receita, informação que não condizia com a movimentação bancária. Fayed foi condenado a três anos e cinco meses em um processo e a três anos e seis meses na outra ação. Em ambos os casos, a Justiça Federal substituiu a pena restritiva de liberdade pela prestação de 1.245 horas de serviço à comunidade na Administração Regional do Lago Sul, onde o doleiro mora – o equivalente a uma hora por dia de condenação. A outra pena foi o pagamento de 41 cestas básicas a uma creche do mesmo bairro. A sentença saiu em julho mas a assessoria de imprensa da Administração do Lago Sul informou que, até agora, “o apenado não se apresentou”.
Relações com a Pandora e com a Lava-Jato
A origem da Operação Miquéias, que levou à prisão de Fayed e de Marcelo Toledo, foi a Operação Tucunaré, conduzida em 2008 pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público do Distrito Federal. Os promotores investigaram a atuação de doleiros e crimes como lavagem de dinheiro e evasão de divisas, mas o trabalho foi frustrado por vazamentos de informações. O caso também se cruza com outras duas grandes e rumorosas operações: Marcelo Toledo é réu em três ações penais e em dois processos de improbidade, acusado de ser um dos operadores do escândalo da Caixa de Pandora. A atuação de Fayed também tem intersecção com a Operação Lava-Jato. Toda a investigação do maior escândalo de corrupção do país começou a partir da interceptação telefônica do doleiro Carlos Habib Chater, dono do Posto da Torre e sócio de Fayed.