Bruno Lima
Alegando dificuldades para pagar os advogados de defesa, um grupo de amigos do ex-vice-governador do Distrito Federal Benedito Domingos organiza uma rifa para arrecadar dinheiro. Cada bilhete custa R$ 1 mil e dá direito a participar do sorteio de dois carros populares 0 km — um Fiat Palio 2015/2016 e um Fiat Uno 2015/2016. O vencedor será anunciado no dia 23 de junho.
No bilhete, intitulado “Ação ente amigos”, o argumento é de que o sorteio será realizado em comemoração aos 82 anos de Domingos, preso desde o dia 9 de março no Complexo Penitenciário da Papuda, onde cumpre pena de 5 anos e 8 meses pelos crimes de corrupção passiva e fraude em licitação. A rifa está sendo oferecida a políticos e empresários de Brasília em grupos de WhatsApp. Em um áudio que circula nas redes sociais, um dos filhos do ex-distrital afirma que os bens da família estão indisponíveis e que eles precisam de ajuda dos amigos para bancarem as despesas do processo.
“Nós estamos passando por um momento muito difícil. Quem conhece o meu pai está tentando de um lado ou de outro ajudar. Ele é um pioneiro aqui. Chegou em Brasília em 1958, fez história nessa cidade e hoje está sendo injustiçado”, reclama Sérgio Domingos, filho de Benedito. O ex-vice-governador foi o primeiro político a ser preso após o Supremo Tribunal Federal (STF) se posicionar favorável ao entendimento de que condenados em segunda instância devem começar a cumprir a pena mesmo que ainda caiba recurso.
Em 2011, o Ministério Público do DF denunciou Benedito Domingos por formação de quadrilha, fraude em licitação e corrupção passiva por favorecer empresas da família dele em processos de contratações de decoração natalina em 2008. Em 2013, o Conselho Especial do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT) condenou Domingos, então deputado distrital, a mais de 5 anos de reclusão, além de multa. O caso foi analisado pelo colegiado porque, à época, Domingos tinha mandato de distrital.
A defesa do ex-parlamentar recorreu ao STJ, que manteve a condenação em dezembro do ano passado. Em março, o Ministério Público Federal pediu a prisão imediata do ex-deputado assim que o Supremo firmou novo entendimento sobre o assunto.
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