O ex-senador Valmir Amaral — filho de Dalmo Josué do Amaral, patriarca do Grupo Amaral, empresa que prestava serviço de transporte público no DF — abordou o distrital Raimundo Ribeiro (PSDB) na saída da sessão da Câmara Legislativa desta terça-feira (8) e pediu para prestar depoimento à CPI do Transporte. Aos berros, o empresário disse que o pai pagava “R$ 15 mil, R$ 20 mil para o (Marco Antonio) Campanella (ex-diretor-geral do DFTrans)” e ao ex-vice governador Tadeu Filippelli (PMDB).
Em frente às câmeras, Valmir diferenciou o sistema de transporte atual do antigo. Segundo ele, antes havia concorrência nas linhas — “eu atendia Sobradinho junto da Viplan e da São José”, exemplificou — e agora é um “serviço monopolista”. Atualmente, o transporte público do DF está dividido em cinco bacias, em áreas diferentes, com uma empresa em cada. “Os cinco empresários se juntam e pensam ‘como vamos ferrar o governo?'”, disparou o ex-senador.
Sem ouvir uma confirmação de Ribeiro, que é o relator da CPI, Valmir disse que o pai “morreu pelo desgosto de ser roubado por Agnelo (Queiroz, ex-governador) e Filippelli”. Apesar de não ter dado certeza ao ex-senador, o tucano admite a possibilidade de convocá-lo. “Amanhã (quinta, 10) teremos a reunião e vou informar aos colegas de comissão. Delegados que trabalham na CPI vão pegar maiores informações para ver o que ele (Valmir Amaral) tem a dizer”, disse Ribeiro.
Apesar de o depoimento ainda não ter se materializado, as acusações do ex-senador devem sofrer questionamentos na Justiça. O advogado Paulo Guimarães, responsável pela defesa de Agnelo Queiroz, disse que “tudo que esse senhor (Valmir Amaral) afirma é falso e o doutor Agnelo Queiroz irá processá-lo judicialmente”. Herman Barbosa, advogado de Filippelli diz que “não são verdadeiras as alegações do ex-senador, são tentativas de difamar o ex-vice-goverandor e terá de responder na Justiça. Campanella não foi encontrado pela reportagem.