Otávio Augusto
Integrantes da CPI da Saúde se reuniram nesta quinta-feira, mas o foco da comissão mudou completamente depois das denúncias de cobrança de propina pela Mesa Diretora. Em vez de investigar as acusações apresentadas pela sindicalista Marli Rodrigues, os parlamentares enfocam o suposto esquema de extorsão de empresários da saúde.
Em depoimento à comissão, o ex-secretário de Saúde Fábio Gondim confirmou ter ouvido falar do esquema. “Uma pessoa comentou que esse pagamento às UTIs estaria beneficiando alguém. Mas não me lembro quem me disse isso”, declarou o ex-chefe da pasta. Questionado se teria sido feito pelo ex-subsecretário Marco Júnior, Gondim disse: “é possível”. “Alguém falou em fevereiro, mas não me lembro quem”.
O ex-secretário de Saúde garante ter repassado ao governador Rodrigo Rollemberg os rumores sobre possíveis benefícios a terceiros no pagamento das dívidas de UTIs. “Pelo menos em dois encontros comentei sobre o assunto com o governador. Não sei se houve investigação sobre isso”, afirmou. Gondim disse ainda que o vice-governador Renato Santana também teria sido informado acerca dos rumores de cobrança de propina. Ele alegou não saber dos desdobramentos do caso porque deixou a pasta em março.
Citados como possíveis beneficiários do esquema, os deputados Cristiano Araújo (PSD) e Bispo Renato (PR), que integram a CPI, não participaram da reunião desta quinta-feira.
Depois da sessão, diante da repercussão de suas declarações, Fábio Gondim voltou atrás e disse que falou sobre irregularidades de um modo geral e explicou que não se referiu à questão do pagamento de propina para empresas de UTIs.