Ana Viriato
O ex-diretor do Fundo de Saúde do Distrito Federal Ricardo Cardoso presta esclarecimentos à CPI da Saúde nesta quarta-feira (31) sobre o suposto esquema de cobrança de propina para liberação de recursos para o pagamento de dívidas de UTI.
Ricardo Cardoso é considerado peça fundamental nas investigações devido ao papel de ordenador de despesas que tinha à época. Um despacho assinado por ele reconheceu os débitos do GDF com os hospitais Santa Marta (R$ 11 milhões), Home (R$5 milhões), Intensicare (R$5 milhões), Instituto de Cardiologia do Distrito Federal (R$4,5 milhões), São Mateus (R$2,5 milhões) e São Francisco (R$2 milhões).
Durante a oitiva, o ex-diretor do Fundo de Saúde do DF negou envolvimento com o esquema e afirmou ter executado a emenda da forma prevista em em lei. “Os que me acusam não têm conhecimentos técnicos sobre a matéria orçamentária”, defendeu. Questionado sobre a rapidez do reconhecimento dos débitos, Ricardo explicou que, caso a ação não fosse realizada até o término do ano em exercício, o crédito seria perdido. Disse, ainda, que o valor constava no sistema desde 11 de dezembro e, por isso, a proporcionalidade da destinação de recursos já havia sido estabelecida.
O Projeto de Lei n° 833 fora publicado em 29 de dezembro e o despacho do valor do montante a ser pago aos centros de saúde, no dia seguinte. Ainda em referência ao tema, Ricardo declarou não ter sofrido quaisquer pressões da Câmara Legislativa para dar celeridade à liberação dos créditos financeiros. Porém, conta que foi chamado à presidência da Casa, antes da elaboração do Projeto de Lei que destinava os R$30 milhões às quitacões de dívidas do GDF com os hospitais. “Um servidor, provavelmente envolvido com a área orçamentária, questionou como funcionava o programa de UTI”, revelou.