ISA STACCIARINI
Policiais federais realizaram na manhã desta quinta-feira (01/06) uma nova busca na sede da Companhia Urbanizadora da Nova Capital (Novacap). O mandado de busca e apreensão foi cumprido após autorização da Justiça Federal. Segundo a Polícia Federal, a medida ocorreu depois de os investigadores analisarem material apreendido na primeira fase da Operação Panatenaico. O objetivo, de acordo com a corporação, é buscar mais informações sobre a participação de servidores no processo licitatório do Estádio Nacional Mané Garrincha. O pedido à Justiça foi apresentado na última sexta-feira e deferido na terça-feira. A PF não descarta um novo pedido de prisão preventiva contra acusados de envolvimento no esquema, que supostamente desviou R$ 900 milhões da construção da arena.
Os procedimentos para a obra começaram em 2009, quando houve a assinatura do Convênio nº 323/2009. O acordo previa que a Terracap ficaria responsável por reembolsar os pagamentos feitos à empreiteira contratada. A Novacap, por sua vez, realizou as licitações e as contratações para a construção do Mané Garrincha.
Entre 2010 e 2014, durante o governo Agnelo Queiroz, a estatal repassou R$ 1,575 bilhão à Companhia Urbanizadora da Nova Capital (Novacap) para as obras do estádio, graças ao convênio firmado em 2009.
Inicialmente, o acerto previa o repasse de R$ 500 milhões para construir a arena brasiliense para a Copa do Mundo de 2014. Quando ficou pronta, o custo final era três vezes superior ao estimado à época do acordo. Isso ocorreu graças à assinatura de vários aditivos e de outros acordos, que permitiram a contratação de serviços que não estavam previstos originalmente.
Só em 2012, a Terracap repassou R$ 670,9 milhões à Novacap — valor quase quatro vezes maior do que os investimentos feitos em urbanização em todo o Distrito Federal. No ano seguinte, o montante dos repasses ficou em R$ 470,4 milhões.