A crise do novo coronavírus agravou uma doença preexistente que vinha sendo tratada, levou à UTI e matou um dos mais tradicionais restaurantes de Brasília. O Piantella fechou as portas e não será apenas na quarentena. Roberto Peres, o atual proprietário do estabelecimento que foi palco de muitas histórias do cotidiano político, conta que há mais de um ano as coisas não iam bem.
Ele diz que o cenário mudou no novo governo. Novas caras, com outros interesses e preferências, e o restaurante perdeu a frequência de gente como Miro Teixeira e outros parlamentares que tinham cadeira cativa. Foi-se há muito o tempo da mesa de Ulysses Guimarães, Luiz Eduardo Magalhães entre figuras do primeiro escalão da República. Segundo Peres, muitos frequentadores morreram, não se reelegeram e, alguns, estão presos.
O problema do ramo da alimentação em tempo de pandemia é que os hábitos mudaram, não só pela quarentena, como também pelo medo do risco (real) de contaminação. Mesmo com a abertura do comércio, prevista para a próxima semana, muita gente vai evitar se sentar numa mesa de restaurante para comer e beber.
Roberto Peres acredita que deliveries são paliativos para uma crise desse tamanho. “Quem mexe as panelas sabe a temperatura do fogão”, disse. Assim, o restaurateur vai colocar os móveis à venda e os quadros com fotos de Orlando Brito que contam vários episódios da crônica política da capital. Nessa mudança, 15 funcionários ficarão desempregados. Triste.
Fercal é a única região administrativa do DF ainda sem nenhum caso de contaminação pelo novo coronavírus. Varjão do Torto tem um infectado e Candangolândia, Setor de Armazenagem e Abastecimento Norte (SAAN) e Itapoã, dois.
Estudo da Codeplan aponta que até 3 de maio, haverá 32 mortes no DF. Hoje, são 28.
Na votação da Medida Provisória que alterou a Embratur, a deputada Bia Kicis, (PSL-DF) foi a única parlamentar do Distrito Federal que votou a favor da emenda que pretendia tirar grandes recursos do Sesc, Senac e Sebrae. Os demais parlamentares votaram pela manutenção dos recursos federais no Sistema S como forma de ajudar no combate ao desemprego e no investimento em pequenas e microempresas que precisam sobreviver à pandemia do novo coronavírus.
Um julgamento que o brasiliense precisa acompanhar: O STF marcou para 8 de maio a análise da ação cível originária movida pelo Executivo local contra decisão do Tribunal de Contas da União (TCU) que impôs uma dívida de R$ 10 bilhões ao GDF no ano passado. Em maio de 2019, o ministro Marco Aurélio Mello suspendeu de forma liminar o acórdão do TCU, que representava, além da dívida bilionária, baixa de cerca de R$ 680 milhões anuais no orçamento da capital. O impacto se daria porque a Corte de Contas havia estabelecido que os valores do Imposto de Renda incidente sobre a remuneração das forças de segurança brasilienses pertencem à União e não ao Distrito Federal.
O dilema é grande. Empresários e empregados precisam da economia girando e aquecida, mas o momento não está para brincadeira. O Brasil já tem mais mortos do que a China, embora a nossa população seja 210 milhões e a da China, de quase 1,4 bilhão. Sete vezes maior. No Brasil, chegamos ontem a 5.017 óbitos. Na China, há registros de 4,9 mil. Os chineses podem estar escondendo dados, mas aqui há muitas subnotificações. Em vez de falar em abertura gradativa, deveríamos pensar em lockdown.
Boa notícia: Analisando-se a evolução dos casos que já completaram 14 dias, a Secretaria de Saúde identificou que 791 (64%) estão recuperados.
O TRE-DF empossou ontem, na condição de membros suplentes da Corte, os desembargadores José Divino de Oliveira e Teófilo Rodrigues Caetano Neto. Devido à pandemia do Novo Coronavírus, as posses foram realizadas via Sistema Eletrônico de Informações (SEI). Divino é o substituto do presidente, Humberto Ullhôa.
O líder do governo na Câmara Legislativa, deputado distrital Claudio Abrantes (PDT) anunciou ontem a chegada de um crédito suplementar, proveniente do governo federal, de R$ 57 milhões para o combate ao novo coronavírus. Para que esse recurso seja utilizado, é necessária aprovação da Câmara. Após pedido de Claudio Abrantes, com acordo dos demais parlamentares, o projeto será votado hoje. A parceria do governador Ibaneis Rocha com o presidente Jair Bolsonaro começa a render frutos.
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