Além dos ex-governadores José Roberto Arruda, Agnelo Queiroz, e do ex-vice-governador Tadeu Filippelli, a Operação Panatenaico, deflagrada pela Polícia Federal na manhã desta terça-feira, teve mandados de prisão contra os ex-presidentes da Novacap Maruska Lima e Nilson Martorelli, o ex-secretário Extraordinário da Copa do Mundo Cláudio Monteiro, os empresários Jorge Luiz Salomão e Sérgio Lúcio Silva Andrade, e o dono da construtora Via Engenharia, Fernando Márcio Queiroz.
A Justiça Federal também autorizou mandados de busca e apreensão nos escritórios de advocacia de Wellington Medeiros e de Luís Carlos Alcoforado, além de apreender documentos nas residências de todos os investigados com mandados de prisão. A 10ª Vara Federal autorizou a condução coercitiva dos dois advogados para prestar depoimentos. Mas eles alegam que foram à Polícia Federal depor antes mesmo do cumprimento dos mandados. Wellington Medeiros garante que vai prestar todos os esclarecimentos necessários e diz que tinha contrato de consultoria com a Andrade Gutierrez.
Indisponibilidade de bens
O blog teve acesso à decisão da Justiça Federal que determinou a prisão dos ex-governadores. O Ministério Público Federal pediu ainda que fosse decretada a indisponibilidade dos bens dos investigados. A Justiça Federal concedeu a medida nos casos de Arruda, Agnelo, Filippelli, Mariska, Nilson Martorelli, Sérgio Lúcio Silva de Andrade, Afrânio Roberto de Souza Filho, Cláudio Monteiro, Fernando Márcio Queiroz e da empresa Via Engenharia. Mas a Justiça negou a indisponibilidade dos bens de José Wellington Medeiros, Luís Carlos Alcoforado e de Alberto Nolli Teixeira.
Segundo o Ministério Público Federal, as investigações se baseiam na delação premiada de três executivos da Andrade Gutierrez: Rogério Nora de Sá, Clóvis Renato Numa Peixoto e Flávio Gomes Machado Filho. Eles revelaram que a concorrência licitatória para a obra do estádio teria sido forjada para que o consórcio formado pela Via Engenharia e pela Andrade Gutierrez vencesse a concorrência pública. Arruda, Agnelo e Filippelli receberam propina, segundo os delatores da empreiteira.
A prisão dos acusados é temporária, com prazo de validade de cinco dias, prorrogáveis. O blog conversou com o advogado de José Roberto Arruda, Paulo Emílio Catta Preta. Ele afirmou que ainda não teve acesso à decisão e acompanhou as buscas na casa do ex-governador, no Park Way. “Só tivemos acesso ao mandado, não à decisão completa. Por isso, não posso me manifestar ainda”, explicou. Os advogados de Agnelo e de Filippelli ainda não foram localizados.