Os deputados distritais decidiram, durante a reunião dos líderes de blocos da Câmara Legislativa desta terça-feira (27), não votar nenhum projeto de lei (PL). Apenas manutenções ou derrubadas de vetos serão apreciados no plenário durante a tarde, além da posse de Roosevelt Vilela (PSB), suplente de Joe Valle (PDT) — que trocou a Casa pela Secretaria de Trabalho, Desenvolvimento Social e Direitos Humanos.
O acordo era colocar matérias de interesse do Executivo, como vendas de terrenos e imóveis, em pauta caso o GDF apresentasse calendário de reajustes a 32 categorias, concedidos durante a gestão Agnelo Queiroz (PT), mas ainda não concedidos por falta de dinheiro, segundo o governo. Com a insatisfação dos sindicalistas, porém, o parlamento local mudou o discurso.
“O governo segue articulando na tentativa de aprovar os projetos, que são imprescindíveis para pagarmos os reajustes no ano que vem”, afirmou o subsecretário de Relações Legislativas, Sérgio Nogueira. Apesar disso, os deputados de oposição mantêm a obstrução à pauta — assinada por três líderes: Chico Vigilante, do PT; Wellington Luiz, do PMDB; e Bispo Renato Andrade (PR), da Minoria. Os distritais da base e independentes, mesmo sem firmar nenhum documento, seguem a mesma linha.
A decisão acontece apesar de a Comissão de Economia, Orçamento e Finanças (Ceof) da Casa ter aprovado, horas antes da reunião, projeto que liquida a Sociedade de Abastecimento de Brasília (SAB), transfere funcionários para a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Governo do Distrito Federal (Emater-DF) e cria condições para a venda de 13 terrenos da empresa. O GDF visa arrecadar cerca de R$ 90 milhões com isso.
Nem a posse do primeiro correligionário do governador Rodrigo Rollemberg (PSB) na Câmara dá jeito nas relações entre Executivo e Legislativo locais.