A sindicalista Marli Rodrigues, que prometeu um depoimento revelador na CPI da Saúde, disse aos deputados que não dará detalhes sobre o suposto esquema de propina na saúde para não atrapalhar as investigações do Ministério Público. A presidente do Sindicato dos Servidores da Saúde afirmou que poderia mostrar aos parlamentares problemas graves no sistema público. “Existem hoje 84 pessoas na fila da UTI, 9 mil crianças à espera de uma consulta de neuropediatria e pacientes morrendo enquanto aguardam quimioterapia”, explicou.
Antes do início do depoimento da sindicalista, deputados criticaram a decisão do governo de recorrer ao Judiciário para a realização de um a sessão aberta na CPI da Saúde. O GDF conseguiu uma liminar determinando que a oitava seja pública. A sindicalista chegou à Câmara Legislativa pouco depois das 10h prometendo fazer revelações sobre um suposto esquema de cobrança de propina no Executivo.
Antes do depoimento de Marli, deputados da comissão falaram sobre o recurso do GDF à Justiça pedindo a realização de sessão aberta. O líder do PT, Wasny de Roure, classificou a medida como “interferência indevida”. “O governo usa a Justiça para dizer como a Câmara deve funcionar. É uma atitude grave do governo, que tenta apequenar esta Comissão”, afirmou. “O governador demonstra que não tem representante à altura para defendê-lo”, acrescentou o petista.
Os deputados Cristiano Araújo (PSD) e Roberio Negreiros (PSDB), que teriam sido citados em conversa gravada por Marli com um interlocutor, falaram sobre o caso. “Não tenho nenhum interesse na área da saúde e não dei procuração para ninguém falar em meu nome”, disse Roberio. “As únicas vezes em que estive na Secretaria de Saúde foi para tratar de assuntos de interesse dos servidores, de forma republicana”, afirmou Cristiano.