ANA MARIA CAMPOS
O delegado Marco Aurélio Vergílio de Souza, titular da Delegacia de Roubos e Furtos de Veículos (DRFV), garante que nenhuma investigação da unidade foi comprometida pela atuação do agente Marcelo da Costa Souza, preso nesta manhã (29/11), na Operação Joio.
O policial, lotado na DRFV, teve a prisão temporária decretada pela 1ª Turma Criminal do Tribunal de Justiça do DF, a pedido do Ministério Público do DF, sob suspeita de exigir dinheiro para deixar de prender criminosos. Segundo investigação da Corregedoria da Polícia Civil do DF, há suspeita de que ele agiu, pelo menos em um caso, em parceria com o policial militar reformado Jorge Alves dos Santos, que também teve a prisão temporária decretada, mas já está detido preventivamente por envolvimento em outros crimes.
A Justiça determinou também busca na casa do agente e na DRFV, onde houve a apreensão do computador utilizado pelo agente.
Marco Aurélio explica que o caso não envolve inquéritos relacionados a roubos e furtos de veículos. “Trata-se de um caso isolado, que não diz respeito a qualquer investigação em curso ou já concluída por nossa unidade especializada”, diz o delegado-chefe da DRFV.
E acrescenta: “Nossa equipe trabalha com transparência e competência em várias investigações e operações importantes. A DRFV tem policiais comprometidos e a suspeita envolvendo apenas um agente não pode recair sobre mais de 50 servidores”.
Segundo ele, a Corregedoria tem todas as condições de levantar detalhes da atuação do agente e verificar quais mandados de prisão foram acessados por Marcelo da Costa Souza no sistema da Polícia Civil.
Na instituição há cerca de três anos, o policial sob investigação está lotado na DRFV há um ano e atua na área de investigação. O nome dele surgiu entre evidências de extorsão a partir do depoimento de uma suposta vítima que procurou a Polícia Civil do DF.
O caso é acompanhado pelos promotores de Justiça do Núcleo de Investigação e Controle Externo da Atividade Policial (NCAP) do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT), que reúne informações para avaliar a propositura de ação penal contra o policial civil e contra o PM reformado pela prática de crime de extorsão.
Pela quebra de confiança, Marcelo da Costa Souza será afastado da DRFV, segundo o delegado-chefe. “Para mim, mesmo que um agente trabalhe bem, a confiança é fundamental”, diz. “Iremos aguardar o desfecho das investigações sem pré-julgar o servidor”, aponta.
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