Foto: Luís Tajes/CB/DA Press Foto: Luís Tajes/CB/DA Press

De ex-guerrilheiro a conciliador

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No quarto andar do anexo do Palácio do Buriti, numa sala ainda provisória, com pôster do revolucionário Che Guevara a ser pendurado, dá expediente um homem com currículo impressionante. Na última década, fez sete pós-graduações em Brasília, voltadas para direito internacional, geopolítica, movimentos sociais e inteligência. Mas o advogado Acilino Ribeiro nem sempre trajou o terno elegante de subsecretário de Movimentos Sociais e Participação Popular. Não são poucas as fotografias, boa parte delas resgatadas dos arquivos do regime militar, em que aparece de roupa camuflada e fuzil na mão.

 

Antes de assumir cargos públicos e políticos, foi um guerrilheiro. Preso pela ditadura, exilado no Exterior, treinado na Rússia e na Líbia, a ponto se tornar segurança de Muamar Kadafi, passou por todos os países onde havia qualquer risco do “imperialismo americano” estender seu domínio. Continua a acreditar ser este o verdadeiro inimigo. “Dois grupos vão para as ruas hoje nessa manifestação: um grupo de alienados que não aceita que perderam a eleição e outro financiado por forças do imperialismo. Estão loucos para tomar conta do nosso petróleo”, disse, em entrevista ao Correio.

 

O ex-guerrilheiro hoje usa outras armas. Aposta no diálogo para a solução de conflitos. Senta-se diariamente à mesa com movimentos sociais. Já negociou com sem-terra, sem-teto, sem-transporte, ciganos, índios, prostitutas, mendigos, gays, mulheres, desempregados, caminhoneiros. É requisitado até para intervir quando o barulho do carro de som não deixa ninguém trabalhar. Como ele próprio diz, saiu de incendiário a bombeiro. Sua trajetória será contada no documentário O sobrevivente da utopia.

 

A nossa reportagem com Acilino Ribeiro, você lê na edição impressa do Correio. Neste vídeo, alguns trechos da conversa. (Cristine Gentil e Luís Tajes)

Assista o vídeo: