ANA VIRIATO
O defensor público André Moura revelou à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Saúde, na manhã desta quinta-feira (11/10), que, após intermediar o diálogo entre a deputada distrital Liliane Roriz (PTB) e o Ministério Público do DF e Territórios (MPDFT), no momento de prestação de denúncias referentes ao esquema conhecido como UTIgate, a Defensoria Pública teria recebido uma representação contrária a ele, emitida por parlamentares acusados. Segundo ele, assinaram o documento os distritais Celina Leão (PPS), Raimundo Ribeiro (PPS) e Bispo Renato Andrade (PR). A representação seria, ainda, assinado em nome da própria CPI. O defensor alegou, também, ter ouvido em conversas internas que projetos cujos conteúdos pudessem beneficiar a Defensoria seriam derrubados na Câmara Legislativa por “culpa” dele.
As informações surpreenderam a Comissão Parlamentar, que, à época da deflagração da operação Drácon, responsável pela investigação do conchavo, apresentava, entre os integrantes, Bispo Renato Andrade. O distrital do PR, porém, nega a assinatura de quaisquer representações contrárias a André Moura. Procurado pelo CB.Poder, Raimundo Ribeiro não se pronunciou. A deputada Celina Leão disse que não existe representação dos deputados contra o defensor Andre Moura. Segundo ela, os parlamentares deram apenas informações. “Com isso, ele mente novamente e está claríssima a participação desse defensor na armação de criar fatos contra os parlamentares desta Casa”, declarou Celina.
Antes das denúncias, a CPI da Saúde era composta por Wellington Luiz (PMDB), Cristiano Araújo (PSD), Lira (PHS), Roosevelt Vilela (PSB), Bispo Renato Andrade (PR), Robério Negreiros (PSDB) e Wasny de Roure (PT). Devido ao envolvimento no UTIgate, porém, Cristiano e Bispo Renato afastaram-se da Comissão. No lugar deles, entraram, respectivamente, Sandra Faraj (SD) e Luzia de Paula (PSB). Roosevelt também deixou a Mesa, em razão do término do mandato tampão, exercido até a volta de Joe Valle (PDT) à Casa.
Intermediação
Questionado acerca do envolvimento no caso, já que Liliane possui advogados, André explicou que auxiliou a caçula de Roriz na fase de encaminhamento dos grampos ao MPDFT em razão do desejo de defender pessoas com poucos recursos econômicos, que deveriam ser assistidas pelo Sistema Único de Saúde. Justificou, por último, estar amparado pela legislação da Defensoria Pública, que lhe garante “independência” funcional.
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