Coronel Casimiro — Carlos Gandra/Agência CLDF

Coronel da PM do DF minimizou risco em reunião antes do 8/1

Publicado em Eixo Capital

Coluna Eixo Capital, publicada em 21 de novembro de 2024, por Pablo Giovanni (interino)

Um áudio obtido em primeira mão pela coluna revela como foi elaborado o plano de segurança para a Esplanada dos Ministérios e a Praça dos Três Poderes no 8 de janeiro, na Secretaria de Segurança Pública (SSP-DF). Na gravação, os participantes detalham que foram convocados “às pressas” pelo então secretário de Segurança Pública do DF, Anderson Torres, para discutir a elaboração do protocolo. Porém, chama a atenção a postura do coronel da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) Marcelo Casimiro Vasconcelos Rodrigues durante o encontro.

A reunião ocorreu na manhã de sexta-feira, 6 de janeiro de 2023, e contou com integrantes das forças de segurança do DF. Na ocasião, foi mencionado que havia uma mobilização significativa nas redes sociais de manifestantes organizando caravanas de ônibus para Brasília. Apesar disso, policiais militares presentes avaliaram que o número de pessoas na capital naquele momento era reduzido, o que indicaria baixa adesão às manifestações previstas. Além disso, destacaram a falta de liderança entre os grupos, reforçada pela desmobilização no acampamento em frente ao Quartel-General do Exército.

Casimiro pediu a palavra. Para os demais colegas que cuidariam da segurança dos órgãos, o coronel afirmou que a PMDF não deslocaria efetivo adicional para o fim de semana, além do pessoal já escalado no 6º Batalhão e no Departamento de Operações (DOP). Para ele, “não valeria a pena desgastar o efetivo” para cobrir a Esplanada, argumentando que tal decisão acarretaria despesas públicas desnecessárias.

“Tem um bom efetivo (empregado), mas não vale a pena desgastar o efetivo para ficar em uma Esplanada, que provavelmente não vai acontecer nada. Toda vez que a gente faz isso, a gente bota policial a mais e gasta dinheiro público. Tira da população (o efetivo) a mais com o serviço voluntário gratificado (dos policiais). Gasta uma grana enorme sem necessidade, entendeu? Essa é a avaliação nossa”, declarou Casimiro.

O serviço voluntário é uma gratificação concedida aos policiais militares que optam por trabalhar durante a folga.

“Fora da realidade”

Embora tenha minimizado o risco das manifestações, Casimiro reconheceu o perigo de grupos extremistas. No áudio, ele descreveu as pessoas no acampamento como “fora da realidade” e alertou que poderiam agir fora da lei. Mesmo assim, manteve a avaliação de que não seria necessário um grande efetivo para a segurança do local. “Eu venho acompanhado durante essa semana toda e, hoje, acabei conversando com o pessoal da inteligência. Eu acho que não procede (a manifestação), mas não pode ficar desligado. Não pode, não pode”, pediu.

“O que está acontecendo no QG lá: eles brigam entre eles, (porque) não tem liderança. É o tipo de pessoa que está em transe, com a mente blindada fora da realidade. Isso é muito perigoso porque eles podem sair fora da lei. Tem esses extremistas fazendo esses áudios, muitas vezes, não estão nem no QG”, disse o coronel.

À CPI da Câmara Legislativa (CLDF), o coronel admitiu ter subestimado a ameaça. No dia 8 de janeiro, ele estava de folga e delegou a responsabilidade ao major Flávio Alencar, mas acabou se dirigindo à Esplanada durante os acontecimentos.

O ministro Alexandre de Moraes, que é relator no processo, pediu à SSP-DF um outro áudio: da reunião entre membros da pasta e a Polícia Federal, no dia 7 de janeiro. A secretaria, no entanto, informou que não possui o material.

A coluna não conseguiu localizar a defesa do coronel.

Relatório da PF cita dois PMs do DF que integrariam gabinete de “gestão de crise” em caso de morte de Lula e Moraes

A Polícia Federal identificou, em relatório, a existência de um gabinete de “gestão de crise” para organizar um plano em caso de assassinatos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), do vice Geraldo Alckmin (PSB) e do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). O documento, que culminou na prisão de militares, foi encontrado no celular do general Mário Fernandes, ex-assessor do deputado Eduardo Pazuello (PL-RJ), após uma operação de busca e apreensão em fevereiro deste ano.

Apesar disso, os investigadores só conseguiram ligar os fatos após recuperarem mensagens apagadas do celular de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro. Segundo a PF, o chefe do gabinete seria o general Augusto Heleno, com coordenação do general Braga Netto e apoio estratégico do general Mário e do coronel do Exército Elcio Franco. A estrutura ainda incluía dois coroneis da PMDF.

O relatório também menciona o coronel do Exército Flávio Botelho Peregrino, assessor de comunicação e braço direito de Braga Netto em 2022. Atualmente, Peregrino ocupa um cargo especial no gabinete do deputado distrital Thiago Manzoni (PL), recebendo R$ 6.039,65, segundo o portal da transparência da Câmara Legislativa (CLDF). A coluna não conseguiu localizar o coronel.

Embaixada da Holanda patrocina peça infantil

A Embaixada dos Países Baixos está patrocinando uma peça teatral baseada em um conto infantil para estudantes de escolas públicas do Distrito Federal. O projeto Jip & Janneke – Duas Crianças da Holanda e o Lobo-Guará será apresentado em duas ocasiões: hoje, na Escola Classe 26 de Setembro, em Taguatinga, às 9h, exclusivo para os alunos da instituição, e na próxima quarta-feira, 27, na Biblioteca Demonstrativa, na SHCS EQS 506/507, Asa Sul, em sessão aberta ao público em geral.

O espetáculo, voltado para crianças de três a seis anos, é uma criação de Andrea Jabor e Ricky Seabra, que também assinam o roteiro e a atuação. De forma lúdica e sensível, a história narra a aventura de duas crianças holandesas que, ao conhecerem um lobo-guará, no zoológico de Amsterdam, decidem devolvê-lo ao Brasil, sua terra natal.

Arbitragem e Poder Judiciário são tema de seminário

O Superior Tribunal de Justiça (STJ), em parceria com o Comitê Brasileiro de Arbitragem (CBAr), realizará hoje o seminário Arbitragem e Poder Judiciário. A mesa de abertura será composta pelo ministro Ricardo Villas Bôas Cueva; o advogado e professor da FGV Direito Rio Márcio Souza Guimarães; e a presidente do CBAr, Débora Visconte. A arbitragem e a mediação são métodos alternativos de solução de controvérsias, nos quais as partes envolvidas escolhem um terceiro, o árbitro, para mediar o conflito. O evento contará com painéis de especialistas que vão discutir a interação entre a arbitragem e o Judiciário brasileiro. O seminário será realizado na sede do STJ, com participação presencial e transmissão on-line.

GDF envia à CLDF projeto que visa retirar veículos abandonados das ruas

A vice-governadora Celina Leão (PP) enviou à Câmara Legislativa (CLDF) um projeto de lei que institui a política de gestão de veículos em fim de vida útil no Distrito Federal. O texto cita regras para o recolhimento pelo Poder Público de veículos e sucatas abandonadas pela capital federal.

O intuito é que o Executivo local possa fazer um levantamento dos veículos abandonados pelo DF e possa retirar os veículos que, de alguma forma, trazem prejuízos à população, seja pela escassez de vagas ou a saúde pública. O projeto vai tramitar em regime de urgência na CLDF e passará pela análise de duas comissões.