As investigações da Operação Panatenaico deram visibilidade a personagens que só eram conhecidos nos bastidores: os operadores dos políticos. Segundo a Polícia Federal e o MPF, os ex-governadores José Roberto Arruda e Agnelo Queiroz, e o ex-vice-governador Tadeu Filippelli tinham interlocutores para negociar com a Andrade Gutierrez e com a Via Engenharia – construtoras responsáveis pela obra do Estádio Mané Garrincha. Os três acusados também estão presos temporariamente.
Primeiro escalão
Afrânio Roberto de Souza Filho (esquerda), apontado como operador de Tadeu Filippelli, ocupou cargos no primeiro escalão do GDF durante a gestão de Joaquim Roriz. Foi secretário de Desenvolvimento Econômico e adjunto da pasta da Fazenda. Ele chegou a ser denunciado em uma ação penal por falsificar documentos e beneficiar uma empresa com a redução indevida de ICMS. Mas, com a demora para o julgamento do caso, a punibilidade acabou extinta por prescrição.
O conselheiro
Jorge Luiz Salomão (direita) seria o intermediário usual de Agnelo Queiroz, segundo as investigações. O empresário da construção civil ocupa cargos em entidades importantes do setor, como a Associação Brasiliense de Construtores (Asbraco) e do Sindicato da Indústria da Construção Civil (Sinduscon). No governo Agnelo, integrou o seleto grupo de nove pessoas que formavam o Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social do Distrito Federal. O colegiado opinava sobre políticas públicas na capital.
Influência no Detran
Sérgio Lúcio Silva de Andrade, que seria operador de Arruda, é empresário com atuação nos ramos de revenda de carros, empreendimentos imobiliários e informática. Segundo informações da Junta Comercial, ele é sócio de ao menos três empresas desses segmentos. Durante a gestão de Arruda, ele tinha grande poder sobre o Detran e comandava informalmente os serviços de emplacamento de veículos.