A CPI do Transporte, responsável por investigar supostas irregularidades na licitação de R$ 7,8 bilhões que renovou a frota de ônibus do DF, em 2012, está parada. Não houve um encontro sequer dos parlamentares integrantes da comissão desde os retornos aos trabalhos na Câmara Legislativa, em 1º de fevereiro. Nesta segunda-feira (7/3), os distritais cancelaram uma reunião — marcada para convocar de novo algumas figuras que já prestaram depoimentos — por falta de quórum.
Inicialmente marcado para quinta-feira da semana passada, o encontro que ainda não ocorreu serviria para aprovar a convocação do ex-secretário de Transporte José Walter Vazquez; do presidente da Comissão de Licitação à época, Galeno Furtado Monte; do advogado Sacha Reck, acusado de atuar como consultor do certam enquanto advogava para empresas que saíram vencedoras na concorrência; e de Maurício Moreira, funcionário da Viação Pioneira. No fim das contas, a reunião, inicialmente marcada para quinta-feira da semana passada, ainda não ocorreu.
Em janeiro, o juiz Lizandro Gomes, da 1ª Vara de Fazenda Pública de Brasília, determinou o cancelamento de parte da licitação e estabeleceu um prazo de 180 dias para a realização de uma nova concorrência. Dois dias depois da decisão judicial, a Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) cumpriu mandados de busca e apreensão em três cidades. Em Brasília, os agentes estiveram nas casas de José Walter e de uma assessora parlamentar suspeita de vazar informações da CPI, além do gabinete de Ricardo Vale (PT), onde a agora ex-servidora trabalhava. Em Curitiba, na residência e no escritório de Sacha Reck. E, em Alexânia (GO), na casa de Galeno.
Os distritais devem apresentar o relatório final da CPI em abril.