Coluna Eixo Capital/Por Alexandre de Paula
Nas últimas semanas, todas as sessões da Câmara Legislativa — realizadas de forma remota — tiveram como pauta principal projetos voltados para o combate ao coronavírus. Distritais apresentaram dezenas de iniciativas com esse fim e o tema dominou o assunto. Além do estado de calamidade, os deputados aprovaram recentemente PLs, como o que impede a inscrição de empresas na dívida ativa durante a pandemia, o que obriga o teste em pacientes com sintomas da Covid-19 e o que assegura gratuidade para servidores da saúde no transporte público. E há mais na pauta desta semana.
Recursos para a saúde
O senador Reguffe (Podemos-DF) defende que os recursos do Projeto de Lei do Congresso Nacional nº 4/2020 — que inclui emendas de relator do orçamento — e do Fundo Público de Campanha sejam destinados para a saúde pública. Ao todo, são cerca de R$ 21,7 bilhões (R$ 20 bilhões do PLN 4 e R$ 1,7 bilhão do Fundo). Para isso, apresentou uma emenda à Proposta de Emenda à Constituição n° 10, de 2020, que trata dos gastos emergenciais com a Covid-19 e do Orçamento da União.
Projetos
Reguffe também apresentou projetos em busca de viabilizar mais recursos no combate ao coronavírus. Entre eles, um que prevê que toda a verba indenizatória e metade da verba de gabinete de deputados e senadores sejam destinadas para a saúde pública do estado de cada parlamentar. Outra proposta do senador proíbe concessionárias de serviço público de cortarem funcionamentos dos serviços durante o período de calamidade.
E o vento virou
A postura do presidente Jair Bolsonaro no enfrentamento à Covid-19 fez muitos eleitores do Distrito Federal se arrependerem do voto. Águas Claras, reduto bolsonarista no pleito de 2018, protagonizou intensos panelaços nos pronunciamentos mais recentes do chefe do Palácio do Planalto. Na semana passada, ouvia-se até sons de berrante ecoando dos apartamentos da cidade, uma alfinetada aos defensores mais radicais do presidente (apelidados, pela oposição, de gado). No Sudoeste, outro ponto em que teve apoio massivo em 2018, o clima também é de indignação. Na sexta, o presidente resolveu passear pela região. E foi vaiado.
Pelo WhatsApp
Durante a crise provocada pelo coronavírus, um grupo de governadores no WhatsApp tem sido bastante usado pelos políticos para debater as medidas tomadas contra a pandemia no Brasil. Por lá, os líderes locais trocam dados e estratégias em um momento em que, pelas decisões tomadas, eles assumiram protagonismo.
Proteção
A deputada federal Paula Belmonte (Cidadania-DF) apresentou duas emendas à medida provisória que institui o Programa Emergencial de Manutenção do Emprego e da Renda voltadas aos trabalhadores domésticos. Ela pediu que os profissionais da área tenham as mesmas garantias que outras categorias e recebam o seguro-desemprego em caso de demissões. “Essas medidas têm o intuito de resguardar os direitos dessas profissionais e também de seus empregadores em meio à crise econômica causada pela pandemia”, justificou a parlamentar.
Reconhecimento
A editora-chefe e diretora de redação do Correio, Ana Dubeux, foi uma “99 mulheres essenciais do Twitter no Brasil em 2020”, segundo levantamento da Revista Bula. O resultado leva em conta consulta feita pela publicação a assinantes e colaboradores. Ao lado de Ana, estão outras jornalistas de renome, como Míriam Leitão e Eliane Cantanhêde.
Mandou bem
A campanha Juntos pelo DF doou cinco respiradores para a rede pública de saúde do DF, além de bancar compra de insumos para confecção de máscaras. O projeto, promovido pelo Codese-DF, arrecadou mais de R$ 280 mil. Para doar, acesse o site http://www.juntospelodf.com.br
Mandou mal
O presidente Jair Bolsonaro ao ignorar as recomendações do próprio Ministério da Saúde e insistir nos passeios pelo Distrito Federal. Nesta semana, ele foi a uma padaria da Asa Norte e a uma farmácia do Sudoeste, abraçou pessoas e não usou máscara ou qualquer medida de proteção.
Siga o dinheiro
R$ 65.884.500,00
Valor empenhado pela Secretaria de Saúde na última quarta-feira para aquisição de testes rápidos para detecção da Covid-19
A pergunta que não quer calar….
Quem está incentivando a saída de todas as pessoas de casa e espalhando fake news sobre o coronavírus será punido de alguma forma?
Só papos
“Retornando do Hospital das Forças Armadas, parei para comprar medicamento na Drogaria Rosário. Contrariando normas da Saúde, os repórteres se aglomerararam.”
Jair Bolsonaro, presidente da República
“Bolsonaro, você é um cínico. Sai às ruas, afronta o isolamento social, coloca a saúde da população em risco e ainda é capaz de dizer que jornalistas contrariaram recomendações da saúde e aglomeraram? Sua atitude genocida não ficará impune!”
Erika Kokay (PT-DF), deputada federal