Ibaneis Estádio Mané Garrincha
Mané Garrincha Ibaneis Crédito: Breno Fortes/CB/D.A Press Mané Garrincha Ibaneis

Com novas provas, Justiça cancela audiências da Panatenaico

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A Justiça Federal cancelou audiências da Operação Panatenaico marcadas para as próximas segunda (9/9) e terça-feira (10/9). Na decisão, a juíza Pollyanna Kelly Maciel, da 12ª Vara Federal Criminal, justificou que novos documentos e elementos de prova foram juntados ao processo que investiga irregularidades nas obras do Estádio Nacional Mané Garrincha.

Segundo a magistrada, não há tempo suficiente, diante dos novos elementos, para que as defesas possam se inteirar dos fatos apresentados.

“Em face da juntada de novos documentos e da informação de que serão carreados aos autores novos elementos de prova, resta inviabilizada a realização das audiências designadas para os próximos dias 9 e 10 em razão da exiguidade do prazo para a intimação das defesas para ciência e análise do material antes do início das audiências de instrução”, escreveu.

Os novos documentos foram juntados pelo Ministério Público Federal. As audiências seriam realizadas com empresários ligados à construção do estádio e funcionários de empresas do governo que participaram das obras.

Suspeitas

As obras do Mané Garrincha são investigadas pelo Ministério Público Federal (MPF), no âmbito da Operação Panatenaico. Em 2018, os ex-governadores Agnelo Queiroz (PT) e José Roberto Arruda (PR), além do ex-vice-governador Tadeu Filippelli (MDB) e outras nove pessoas, tornaram-se réus pelo superfaturamento da arena esportiva. Todos negam as irregularidades.

Segundo depoimento de executivos da Andrade Gutierrez, que embasaram a Operação Panatenaico, houve um conluio com a Odebrecht e a OAS para que as empresas não entrassem de forma competitiva nas concorrências. As duas construtoras fizeram preço de cobertura, que, no jargão dos empreiteiros, significa apresentar uma proposta com valores mais altos para forjar o interesse e dar um caráter de normalidade na licitação, tornando a proposta do outro mais atraente. O acordo previa uma reciprocidade criminosa na disputa pela obra da arena erguida em Pernambuco, vencida pela Odebrecht.