Por Carlos Alexandre de Souza — O extremismo político mostrou, semana passada, que está vivo no Brasil e nos Estados Unidos. A prisão de dois acusados de ameaçar e perseguir familiares do ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes acendeu novo alerta sobre movimentos radicais, que não hesitam em praticar crimes para manifestar o descontentamento com autoridades.
Até aqui, as investigações indicam que os dois homens queriam atacar Moraes por causa das decisões relacionadas ao 8 de janeiro. Como a Operação Lesa-Pátria ainda não chegou à totalidade dos financiadores da ação golpista, ainda é possível que surjam novas reações à mão da Justiça, que busca punir de forma exemplar aqueles que vilipendiaram os Poderes da República no início do ano passado.
Nos Estados Unidos, o ex-presidente Donald Trump incitou imediatamente ataques contra o Judiciário após o júri de Nova York condená-lo em 34 acusações. Em sua retórica verborrágica, o republicano chamou o juiz de “demônio” e insiste em se autodenominar perseguido político.
Faz parte do repertório dos radicais atentar contra a autoridade constituída. Enquanto os extremistas brasileiros agem na surdina, os norte-americanos são novamente incitados por um líder. Aqui ou lá, a vigilância terá de ser permanente.
A outra eleição
O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, já avisou a aliados que indicará o nome do sucessor antes das eleições municipais de outubro. Na lista dos “presidenciáveis”, Elmar Nascimento (União Brasil-BA), Marcos Pereira (Republicanos-SP), Antonio Brito (PSD-BA) e Isnaldo Bulhões (MDB-AL), que lideram a preferência na lista dos bookmakers do parlamento.
Fora da ordem
Sem consenso entre esses quatro nomes, dois outros parlamentares aparecem como alternativas viáveis de conseguir o consenso que Lira quer dar ao seu ungido: os deputados federais Doutor Luizinho (PP-RJ) e Hugo Motta (Republicanos-PB), outsiders que passaram incógnitos na primeira fase de especulações.
Jogo combinado
Naturalmente, o presidente Lula já foi avisado da decisão de Lira de antecipar a indicação para agosto e não mais para depois das eleições municipais. No começo do ano, ambos acertaram que buscariam escolher um nome de consenso, indicado pelo presidente da Câmara dos Deputados, com apoio de Lula.
Dividida
O deputado Túlio Gadelha (Rede-PE) entrou em campo na briga sobre a privatização de áreas da União no litoral. Citado pelo jogador Neymar após ter se pronunciado sobre o tema na tribuna da Câmara, o parlamentar esclareceu. “Nem eu pedi desculpas ao Neymar e nem ele me pediu desculpas”. “Minha treta é outra. É com os senadores e deputados em Brasília que tentam aprovar uma PEC que abre caminho para a privatização das praias no Brasil”, disse.
Baixaria
Nos últimos dias, o jogador de futebol engrenou, nas redes sociais, uma briga feroz e de baixíssimo nível com a atriz Luana Piovani e o humorista Diogo Defante. Tudo em razão da Proposta de Emenda Constitucional, em discussão no Senado, que pode dispensar o pagamento de taxas em Terras de Marinha.
Tiroteio
Em meio à controvérsia sobre as câmeras corporais utilizadas por policiais militares em São Paulo, o ministro de Direitos Humanos e da Cidadania, Silvio Almeida, abriu fogo contra a política de segurança pública do estado. Almeida criticou fortemente as operações realizadas na Baixada Santista. “Quem aposta nesse modelo de polícia, em que o policial mata indiscriminadamente, mas ele também morre, é tudo menos moderado”, disse.
Sem controle
Há meses Silvio Almeida critica o que considera afrouxamento das medidas de controle da atividade policial. “Essa falta de controle faz com que, não só os policiais matem, mas que eles morram. Quem defende essa falta de controle das polícias também está jogando contra a vida dos policiais, que são trabalhadores”. Até o fechamento da edição, o governador paulista não havia comentado as declarações de Almeida.
Atenção a idosos
A UnB e outras 18 universidade federais participarão de uma pesquisa que busca construir um modelo de cuidado integrado à saúde dos idosos. No Distrito Federal, os acadêmicos vão avaliar 500 pacientes na rede pública. A iniciativa é uma resposta científica ao envelhecimento da população brasileira. Cabe perguntar: quando haverá um Ministério do Idoso?