Coluna Eixo Capital/Por Ana Maria Campos
O delegado Rafael Sampaio foi reeleito para a presidência do Sindicato dos Delegados da Polícia Civil do DF (Sindepo-DF), na noite desta quarta-feira, e permanecerá à frente da instituição pelos próximos três anos. Ele recebeu 309 votos válidos, contra 215 de seu adversário, Waldek Fachinelli Cavalcante (chapa 1). O vice-presidente da entidade será o delegado Marcelo Portela.
Rafael defende um discurso mais moderado em relação ao governo de Ibaneis Rocha, enquanto o delegado Waldek era favorável a engrossar o tom em relação à demora no pagamento da paridade de salários da Polícia Civil aos da Polícia Federal. A disputa para a presidência da Adepol terrminou com a eleição do delegado Amarildo Fernandes, da mesma chapa que Rafael Sampaio. Ele recebeu 269 votos, contra 265 obtidos pelo delegado Rodrigo Larizzatti. O delegado Gustavo Araújo será o vice-presidente.
À QUEIMA-ROUPA
Delegado Rafael Sampaio
Presidente do Sindepo-DF
Qual foi o discurso da campanha que convenceu a maioria dos delegados a apoiar a sua reeleição?
Nós trouxemos a realidade do que vivemos hoje. Somos muito mais ouvidos pelo governo. É um governo que respeita a Polícia Civil. Temos três anos pela frente de boas perspectivas, com discurso moderado. Não é o momento de um discurso agressivo, como o outro candidato defendia.
Os delegados acreditam que a paridade vai sair?
A maioria está confiante. No nosso ponto de vista, o governo está empenhado. Agora que será enviado o reajuste dos militares e não haverá mais nenhum óbice para que a Presidência da República edite as medidas provisórias com os aumentos.
Tem dinheiro no caixa do GDF para o reajuste de todas as forças de segurança?
Acredito que tem. O governo não seria irresponsável de fazer essas propostas sem uma perspectiva de incremento do Fundo Constitucional do DF. O impacto do nosso reajuste, ao final de toda a recomposição, será de R$ 600 milhões ao ano. O valor é menor do que o aumento do Fundo Constitucional. Chegou-se até a se cogitar um percentual maior de aumento. Mas precisamos conversar com o governo de novo.
A vida dos delegados melhorou no governo Ibaneis?
Sem dúvida. Nós nos sentimos valorizados. Foi encaminhado o reajuste, houve mais contratações, aquisição de viaturas. A instituição melhorou.
Qual é a sua avaliação sobre o comando da PCDF até agora?
Tem sido feito um trabalho bom. O Robson (Cândido) tem conseguido que passivos sejam quitados. A questão dos voluntários saiu do papel, tínhamos uma frota envelhecida, e praticamente se resolveu. A maior parte já foi substituída. Licenças em pecúnia foram pagas. Agora estamos ansiosos com relação ao plano de saúde do DF. Esse é um pleito muito esperado pelos policiais civis.
Olhando para trás, para o governo anterior, acha que houve falhas nas negociações do sindicato com Rollemberg?
Fui voto vencido na assembleia sobre o reajuste proposto em juízo. Hoje os colegas concordam que se equivocaram. Mas essas avaliações são difíceis de se fazer na hora. Em retrospectiva, é mais fácil avaliar o que ocorreu. Houve alguns equívocos. Não dá para acertar sempre, mas as opções que foram feitas desde o ano passado levam a um resgaste da Polícia Civil.
Qual é o foco do Sindepo agora?
Imediatamente é a recomposição salarial. Entendo que é fundamental. A questão da saúde do servidor também. Além disso, precisamos tratar de mudanças administrativas internas, como critérios objetivos de lotação e de remoção.